Representantes da sociedade civil criticam acordo Mercosul-União Europeia como neocolonial durante Cúpula Social no Rio de Janeiro.

Durante a Cúpula Social do Mercosul, realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, representantes da sociedade civil expressaram grande insatisfação com o acordo estabelecido entre o bloco sul-americano e a União Europeia. Segundo eles, o texto do acordo é considerado injusto, desigual e neocolonial, uma vez que favorece uma hierarquia nas relações entre sul-americanos e europeus, prejudicando os primeiros.

Raiara Pires, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), defendeu o encerramento das negociações atuais e a construção de um novo acordo em bases diferentes, que considere a unidade de saberes populares e acadêmicos para permitir um desenvolvimento equitativo entre as nações. Ela ressaltou que um ano é insuficiente para rever o texto inicial do acordo, defendendo assim um recomeço estratégico para igualar a relação de forças.

Adhemar Mineiro, da Rede Brasileira de Integração dos Povos (Rebrip), concorda com a necessidade de revisão do acordo, argumentando que ele inviabiliza a integração dos povos sul-americanos ao favorecer a competição entre os países. Ele defende a retomada das negociações em novas bases, que considerem temas de solidariedade entre os povos e de sustentabilidade.

Por outro lado, o secretário executivo adjunto da Secretaria-Geral da Presidência, Flávio Schuch, celebrou a retomada do Mercosul Social e a possibilidade de retomar o diálogo direto do governo federal com representantes da sociedade civil. Ele enfatizou a importância de ampliar os debates sobre temas que afetam os governos e povos da América do Sul.

O embaixador Philip Fox-Drummond Gough, Diretor do Departamento de Política Econômica, Financeira e de Serviços, do Ministério das Relações Exteriores, detalhou alguns pontos sensíveis para o governo brasileiro nas negociações com a União Europeia, como o monitoramento de desmatamento, a política industrial focada nas contas governamentais e a exclusão de setores como saúde e tecnologias de rede do acordo.

No entanto, os representantes dos movimentos sociais e da sociedade civil defendem que é necessário repensar o acordo vigente e promover uma nova abordagem que leve em consideração a igualdade entre os povos e o fortalecimento das relações baseado em princípios de justiça e equidade.

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