Brasil mantém estabilidade no Pisa, mas menos da metade dos alunos atingem patamar mínimo de aprendizado em matemática e ciências

O desempenho dos estudantes brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022 foi divulgado nesta terça-feira (5) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo os resultados, o Brasil manteve-se estável nas pontuações em matemática, leitura e ciências em comparação com os resultados do ano avaliado anterior, 2018. No entanto, a avaliação também revelou que menos de 50% dos alunos conseguiram atingir o nível mínimo de aprendizado em matemática e ciências.

Em matemática, o Brasil alcançou 379 pontos em 2022, em comparação aos 384 pontos de 2018. Já em leitura, o país obteve 410 pontos, contra 413 de 2018. Em ciências, a pontuação foi de 403 em 2022, em comparação com os 404 pontos anteriores. Essas pontuações o mantiveram no grupo abaixo da média dos países da OCDE nas três disciplinas, sendo 472 em matemática, 476 em leitura e 485 em ciências.

Apesar das notas praticamente estáveis, o Brasil está com pelo menos quatro anos de atraso em ciências em relação aos membros da OCDE. No ranking geral, o país ficou em 64º lugar em matemática, 53º em leitura e 61º em ciências, atrás de outros países latino-americanos como Chile, Uruguai, México e Costa Rica.

Em relação ao desempenho nas disciplinas, apenas 27% dos alunos brasileiros alcançaram o nível 2 de proficiência em matemática, considerado o patamar mínimo de aprendizado, enquanto a média da OCDE é 69%. Apenas 1% dos estudantes no país conseguiram os níveis 5 ou 6, considerados os mais altos em matemática.

Quanto à leitura, metade dos estudantes no Brasil obtiveram o nível 2 ou mais, porém, o percentual ainda fica abaixo da média da OCDE, de 74%. Em ciências, cerca de 45% dos alunos chegaram ao nível 2, contra 76% da média da OCDE.

O relatório do Pisa menciona que apesar da pandemia de Covid-19 ter causado impacto na educação, o impacto nas notas de 2022 não pode ser atribuído exclusivamente a esse fator. A pandemia parece ter impactado mais os resultados de alguns outros países, mas no caso do Brasil, outros fatores de longo prazo também podem estar contribuindo para a queda no desempenho dos estudantes.

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