Repórter Recife – PE – Brasil

Ex-ministros da detida ex-presidente boliviana são condenados a dois anos de prisão por suposto complô contra Evo Morales.

Dois ex-ministros do governo da ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, tiveram suas sentenças de dois anos de prisão confirmadas por um juiz, na última terça-feira (5). Eles admitiram a responsabilidade em um suposto complô que levou à renúncia do então presidente Evo Morales em 2019.

Os ex-ministros da Justiça, Álvaro Coímbra, e de Energia, Rodrigo Guzmán, foram detidos em março de 2021, juntamente com a ex-presidente na região amazônica de Beni, no nordeste do país.

A condenação dos ex-funcionários se deu pelos crimes de acobertamento e associação criminosa. Segundo a acusação do Ministério Público, ambos tinham conhecimento de um plano para forçar a queda de Morales e não o denunciaram.

A renúncia de Morales ocorreu em novembro de 2019, no meio de manifestações violentas devido à alegada fraude nas eleições daquele ano. Morales buscava a reeleição para um quarto mandato consecutivo até 2025, mas optou por deixar o cargo devido aos protestos.

Jeanine Áñez, que era a segunda vice-presidente do Senado, assumiu a Presidência entre novembro de 2019 e novembro de 2020. Coímbra e Guzmán, que estão detidos em uma prisão em La Paz, aceitaram as acusações em um processo judicial abreviado para evitar uma pena mais severa.

Segundo seus advogados, os ex-ministros já cumpriram a pena antecipadamente e devem recuperar sua liberdade em breve.

A ex-presidente Jeanine Áñez também está respondendo na prisão pelos mesmos crimes, enquanto aguarda julgamento do mais alto tribunal penal da Bolívia na qualidade de ex-presidente e após autorização do Congresso bicameral.

Além disso, em outro julgamento, também relacionado à crise de 2019, Áñez foi condenada em junho de 2022 a 10 anos de prisão.

Essas condenações fazem parte do processo de responsabilização de autoridades envolvidas na crise política de 2019, que resultou na renúncia de Evo Morales e levou Jeanine Áñez à Presidência da Bolívia por um curto período. A decisão do juiz reforça a busca pelo esclarecimento dos acontecimentos que marcaram a história recente do país.

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