Ministro da Educação cogita proibir cursos de licenciatura 100% EaD e planeja mudanças na formação de professores para melhorar a educação.

O atual ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (5) que o governo federal está considerando proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD). Além disso, o ministro revelou planos para implementar mudanças significativas nos cursos de formação de professores online. Essas declarações aconteceram no contexto da suspensão das autorizações para novos cursos 100% EaD por 90 dias, que ocorreram em novembro, e do resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, que apresentou desafios na base educacional do país.

O ministro enfatizou a importância de avaliar os cursos de licenciatura não presenciais e manifestou preocupação com a formação dos professores brasileiros diante do cenário revelado pelo Pisa. O programa internacional analisou respostas de estudantes de 81 países, incluindo sobre matemática, leitura e ciências. No Brasil, a aplicação do Pisa a cerca de 10 mil alunos foi de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao MEC.

Durante a apresentação dos resultados do Pisa, foi destacado que menos de 50% dos alunos brasileiros sabem o básico em matemática e ciências. Isso evidencia a necessidade de mudanças expressivas para aprimorar a qualidade da educação no país, especialmente no que diz respeito à formação matemática dos estudantes.

Camilo Santana apontou o papel do MEC em coordenar a política educacional brasileira para garantir a qualidade da educação das crianças e jovens. Além disso, ressaltou a importância do Pisa como ferramenta orientadora para as decisões políticas do país a longo prazo. O ministro apontou uma série de estratégias que estão sendo adotadas pelo governo federal, incluindo o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, a implementação de escolas em tempo integral, conectividade em todas as escolas da educação básica, qualidade na formação de professores, redução da repetência no ensino médio e a permanência dos estudantes nas escolas.

Para o ministro, é fundamental valorizar a gestão da educação por todos os entes da federação e reconhecer o papel fundamental dos professores. Além disso, Santana confirmou que o MEC tem discutido com o Conselho Nacional de Educação (CNE) alterações na formação continuada dos docentes e outras mudanças nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de licenciatura.

Outra questão mencionada foi a reestruturação do ensino médio, cuja carga horária proposta no projeto de lei que definirá a nova Política Nacional de Ensino Médio no Brasil foi objeto de amplo debate ao longo deste ano. O ministro reforçou a importância de reforçar as disciplinas básicas do ensino médio, como matemática e português, diante do cenário desafiador revelado pelo Pisa.

Portanto, é necessário aguardar e acompanhar as medidas e mudanças que serão implementadas pelo MEC nos próximos meses, visando superar os desafios encontrados na educação brasileira e garantir uma melhoria significativa no desempenho educacional dos estudantes do país.

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