Putin tem uma agenda agitada nos próximos dias, iniciando a viagem com um encontro com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em Moscou, e depois embarcando para os Emirados Árabes e Riad, onde se encontrará com líderes locais desses países. Neste contexto, é importante lembrar que, em agosto, Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes foram aceitos na aliança econômica do BRICS, o que foi visto como um passo estratégico para a Rússia em sua busca por influência na região.
Durante as reuniões, Putin deve debater questões de cooperação, comércio, investimentos e política internacional, além de discutir a redução na produção de petróleo. Além disso, o presidente pretende abordar o conflito entre Israel e Hamas, apresentando uma postura mais crítica a Israel do que os EUA e a OTAN.
Porém, é importante notar que o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra Putin por deportação forçada de crianças ucranianas durante a guerra do Leste Europeu tem sido uma preocupação, levando o presidente a evitar compromissos internacionais. A aproximação da Rússia com países do Oriente Médio pode ser vista como uma tentativa de obter reconhecimento internacional e fortalecer suas relações, mesmo diante das sanções impostas pelas forças ocidentais.
Além disso, a Rússia tem usado o reconhecimento internacional aos países árabes e muçulmanos da região, como moeda de aproximação. Um exemplo disso foi a mediação do Catar para devolver crianças ucranianas deportadas às suas famílias, uma situação que colocou o país árabe na mesa de negociações internacionais.
Em resumo, a viagem de Putin ao Oriente Médio representa uma tentativa estratégica da Rússia em aumentar sua influência geopolítica e econômica, bem como em se reconectar com os países da região. Isso ocorre em um momento em que as relações internacionais passam por um período de crescente tensão, com o Ocidente impondo sanções à Rússia e buscando restringir sua influência global.
