Presidente do Todos Pela Educação afirma que Brasil teria melhorado no Pisa em 2022 sem pandemia de Covid-19. Entenda por que.

A presidente do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, defendeu que o Brasil teria aumentado o resultado do Pisa em 2022 se não tivesse acontecido a pandemia de Covid-19. A especialista defende que o país tem feito reformas estruturantes para atingir esse objetivo. Mesmo assim, ela afirma, ainda há trabalho a fazer.

Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022 mostram que a aprendizagem dos estudantes brasileiros se manteve baixa e estável desde 2009. Isso deixou o país entre os 20 piores do mundo em Matemática e Ciências, e entre os 30 piores em Leitura.

Ao ser questionada do por que países ricos tiveram queda de desempenho e o Brasil manteve a nota estável após a pandemia, Priscila Cruz apontou duas hipóteses. Primeiro, a ausência do governo federal na pandemia levou os demais atores a triplicar os esforços a se unirem. Houve um esforço maior de sociedade civil, estados e municípios já que quem deveria fazer não estava fazendo. Em segundo lugar, os outros países não estavam em processo de reformas educacionais em marcha, de forma articulada no país. Foram pegos pela pandemia sem um esforço de ir em frente.

A presidente do Todos Pela Educação acredita que a pandemia chegou durante todo o esforço do país e que se não tivesse acontecido, o Brasil teria melhorado no Pisa. Isso porque o país tem passado por mudanças e reformas educacionais que poderiam ter resultado na melhora destes índices. Priscila Cruz menciona a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre formação de professores, assim como o esforço de expansão da experiência pernambucana de tempo integral e da experiência cearense da alfabetização.

No entanto, a especialista considera que ainda faltam políticas, especialmente nas áreas da primeira infância e de políticas docentes. Ela ressalta a importância de uma política integral para a primeira infância, integrando educação, saúde, integridade física, cultura, esporte, assim como um conjunto de políticas docentes que aumente a atratividade à carreira e melhore a formação dos professores.

Priscila Cruz acredita na adoção de políticas mais fortes nessas direções e destaca a necessidade de uma liderança articulada para a execução dessas políticas. Ela aponta que, no campo da primeira infância, um grupo de trabalho do Conselhão está propondo essa política e acredita na sua adoção. Quanto ao Ministério da Educação, ela destaca que já há sinalizações nesse sentido, mas ressalta que é necessário um esforço mais contundente para investir na formação dos professores.

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