De acordo com relatos, as viaturas em que as equipes estavam foram alvejadas em três pontos diferentes, resultando em dois veículos atingidos. Em resposta aos disparos, os agentes da PRF trocaram tiros com os invasores, resultando no ferimento do servidor da Funai. Ele foi rapidamente transferido por aeronave da polícia para Marabá, no Pará, onde se submeterá a uma cirurgia para remover a bala.
Além disso, uma das viaturas da Funai teve os pneus perfurados, obrigando os agentes a aguardarem na mata até serem resgatados à noite. Segundo a Funai, as equipes de segurança envolvidas na desintrusão têm enfrentado emboscadas e sabotagens recorrentes por parte dos invasores. No mês passado, equipes da Funai e do Ministério do Trabalho já haviam sido alvo de disparos, embora ninguém tenha ficado ferido.
A situação se intensificou ainda mais com a destruição de mais de 20 pontes em atos de sabotagem contra o plano de desintrusão da Terra Indígena Apyterewa, que foi elaborado após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que homologou o planejamento das ações. Na semana passada, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, emitiu uma ordem para que o plano seja cumprido, revertendo a concessão do ministro Nunes Marques que suspendia as ações de desintrusão.
A operação, que entrou em sua segunda fase a partir do dia 9 de novembro, consiste na retirada de pessoas que estão irregularmente dentro dos territórios tradicionais, bem como no combate às atividades ilegais, incluindo a extração de madeira e garimpo. Estima-se que mais de 3 mil invasores estejam na região. Na primeira fase da operação, as equipes técnicas apreenderam 230 litros de agrotóxicos, 14 armas de fogo com porte irregular e 278 munições, 64 m³ de madeira, 70 gramas de maconha e removeram 80% do gado ilegal, com o apoio da Força Nacional.
