Expectativa frustrada na reunião do Mercosul no Rio; adiamento de anúncio de avanço no acordo com a União Europeia.

A reunião do Mercosul, que começa hoje no Rio, deverá desapontar as expectativas de anúncio de algum avanço no acordo do bloco com a União Europeia. O encontro marca o fim da presidência rotativa do Brasil à frente do Mercosul e dá início ao mandato paraguaio.

Na quarta-feira, está programada a Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão decisório de nível ministerial, com a presença dos chefes da equipe econômica de cada país. Já na quinta-feira, entra em cena o encontro dos chefes de Estado, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após uma viagem internacional que incluiu a Alemanha, Lula afirmou que não desistirá do acordo e reiterou seu apoio ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, que também defendeu o acordo.

No entanto, a reunião acontece em meio a um contexto desfavorável. Na semana passada, o presidente da França, Emmanuel Macron, se manifestou contra o acordo, e a eleição na Argentina complicou ainda mais o cenário. O atual governo do país indicou que não seria apropriado prosseguir com as negociações em um momento de transição, uma vez que o presidente eleito, Javier Milei, assumirá o cargo em breve.

A expectativa era de que o acordo fosse divulgado durante a presidência da Espanha na UE e do Brasil no Mercosul. Com o adiamento, as negociações continuam, mas não haverá uma rodada presencial decisiva, que estava planejada para acontecer durante a cúpula. Ainda assim, o governo brasileiro acredita que o acordo nunca esteve tão próximo de ser alcançado.

Segundo a Presidência, as negociações do Acordo de Associação Mercosul-União Europeia avançaram significativamente e as partes estão mais perto de uma conclusão do que em qualquer outro momento anterior.

O acordo pretende aproximar dois dos maiores blocos econômicos mundiais, com PIB combinado de cerca de US$ 17 trilhões e população de aproximadamente 700 milhões de pessoas. O governo brasileiro enfatiza que o Mercosul tem buscado, nesta fase de negociação, estabelecer “compromissos mais equilibrados” com a UE. Um dos receios é a ameaça de sanções por não cumprimento de compromissos ambientais.

Além disso, o governo brasileiro espera que a Bolívia possa concluir o seu processo de adesão logo e trabalhe com os demais Estados Partes para definir um cronograma de internalização das normas e regulamentos do Mercosul.

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