Em 2019, 48,5% das crianças nessa faixa etária não frequentavam a escola porque seus responsáveis optavam por deixá-las com uma babá ou cuidador, em comparação a 39,8% no ano passado. Já a falta de vaga como motivo para não frequentar a instituição de ensino subiu de 19,5% para 20,8% no período analisado.
Além disso, a ausência de escolas próximas ou falta de dinheiro para manter a criança matriculada também foram razões mais frequentes para explicar a falta das crianças nas salas de aula, passando de 24,9% para 26,7% entre 2019 e 2022. O próprio IBGE indica que a pandemia da Covid-19 deve ter influenciado o aumento de crianças fora da escola.
Como consequência do atraso do ingresso de crianças na escola, houve uma piora nos resultados da alfabetização. O percentual de crianças consideradas alfabetizadas no segundo ano do ensino fundamental teve uma queda de 60,3%, em 2019, para 43,6%, em 2021, segundo resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica.
Além disso, o país não alcançou a meta do Plano Nacional de Educação, que estabelece a universalização da educação infantil na pré-escola para crianças de 4 a 5 anos e o atendimento de, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até 2024. No entanto, o acesso à creche das crianças de 0 a 3 anos se manteve estável estatisticamente entre 2019 a 2022, passando de 35,5% para 36,0%.
O único grupo etário que teve um crescimento na frequência escolar foi o de 15 a 17 anos, passando de 89% para 92,2% entre 2019 e 2022, de acordo com o IBGE. Os dados indicam que, mesmo diante dos esforços para a universalização da educação, o Brasil ainda enfrenta desafios importantes para garantir o acesso de todas as crianças à escola.