Israel utiliza mapa da Faixa de Gaza dividido em 623 zonas para monitorar população durante conflito com o Hamas.

O mapa da Faixa de Gaza divulgado pelas Forças de Defesa de Israel causou espanto no território ocupado por 623 zonas desenhadas com o intuito de orientar a população civil na última sexta-feira (1), especialmente no término do cessar-fogo com o Hamas.

A proposta desse material era informar a população sobre quais áreas deveriam ser evacuadas devido aos ataques aéreos e manobras terrestres, além de identificar possíveis locais de abrigo. O jornal israelense Haaretz publicou informações detalhadas sobre a origem do mapa, explicando que ele havia sido criado há meio século por israelenses, como parte de um plano de curta duração para reconstruir o local sob ocupação israelense nos anos 1970. No entanto, os planos foram abandonados após a eleição de Menachem Begin, do governo do Likud, em 1977.

Apesar disso, a Faixa de Gaza foi construída e planejada por arquitetos e engenheiros israelenses que, nos últimos anos, elaboraram edifícios públicos e bairros residenciais no local. Com a repercussão dos conflitos entre Israel e Palestina, é visível a destruição dessas construções.

A necessidade de demarcações e planos específicos fica ainda mais clara quando se considera o número de vítimas no território. Segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, estima-se que mais de 15 mil palestinos foram mortos entre 7 de outubro e o início do cessar-fogo, em 24 de novembro. No entanto, as Forças de Defesa de Israel (IDF) acreditam que pelo menos um terço dos mortos eram terroristas do Hamas e afirmam que alguns civis foram mortos em razão de foguetes palestinos com falhas.

A faixa é monitorada por um sistema que utiliza sinais de celular, imagens da mídia, publicações em redes sociais e relatórios de organizações humanitárias. O sistema codifica as áreas de acordo com a densidade populacional e movimento da população, uma tentativa de acompanhar estratégias de esconderijo adotadas pelo grupo terrorista. Com a utilização desse método, as IDF garantem que o número de vítimas poderia ter sido “muito maior” sem a política de monitoramento.

Diante de um histórico de acusações de crimes de guerra contra alvos civis por parte de Israel, a documentação do extenso sistema de monitoramento e identificação de áreas para evacuação é vista por alguns como uma tentativa de minimizar danos à imagem das IDF. Resta saber se as medidas utilizadas pelas Forças de Defesa de Israel foram efetivas e eticamente condizentes.

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