A Guiana demonstrou interesse em dialogar sobre a questão territorial após a realização de um referendo consultivo na Venezuela no domingo. Neste referendo, mais de 95% dos participantes apoiaram a criação de uma província venezuelana no Essequibo e a concessão da cidadania a 125.000 habitantes da região, administrada por Georgetown, capital da Guiana.
O cenário se tornou ainda mais tenso após o anúncio do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de que a empresa estatal de petróleo PDVSA terá licenças para exploração de petróleo, gás e minerais no território em questão. Além disso, foi criada uma nova zona militar a cerca de 100 km da fronteira.
Esta escalada de tensão não tem passado despercebida pela Guiana, que classificou os anúncios feitos por Maduro como “uma ameaça direta”. O país decidiu entrar em contato com parceiros internacionais, como os Estados Unidos, para lidar com a situação. Há a intenção de buscar uma solução diplomática possível, mas as Forças Armadas da Guiana permanecem em alerta.
O Brasil também tem acompanhado de perto a situação e decidiu reforçar a presença militar na fronteira com a Venezuela e a Guiana. A medida visa garantir a segurança e a inviolabilidade das fronteiras.
Enquanto a Venezuela reivindica a região como parte de seu território, a Guiana defende uma decisão de 1899 que estabeleceu os limites atuais. Este impasse tem como pano de fundo a descoberta de ricos depósitos de petróleo nas águas do Essequibo em 2015, o que agravou ainda mais a disputa.
Com a intensificação do conflito, todas as partes envolvidas parecem estar buscando alternativas para evitar que a situação se deteriore ainda mais. Contatos bilaterais entre os envolvidos e recursos a instâncias internacionais, como a ONU, estão sendo buscados para tentar solucionar a questão de forma pacífica.