Ministros de Relações Exteriores da Venezuela e da Guiana mantêm “canais de comunicação” em meio à escalada de tensão pelo Essequibo

Os ministros das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, e da Guiana, Hugh Todd, se reuniram nesta quarta-feira (6) para discutir a disputa territorial protagonizada por ambos os países, especificamente em relação ao Essequibo, uma região rica em petróleo. A Venezuela anunciou a intenção de manter “canais de comunicação” com a Guiana, indicando uma possível abertura para negociações a fim de reduzir a tensão na área.

A Guiana demonstrou interesse em dialogar sobre a questão territorial após a realização de um referendo consultivo na Venezuela no domingo. Neste referendo, mais de 95% dos participantes apoiaram a criação de uma província venezuelana no Essequibo e a concessão da cidadania a 125.000 habitantes da região, administrada por Georgetown, capital da Guiana.

O cenário se tornou ainda mais tenso após o anúncio do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de que a empresa estatal de petróleo PDVSA terá licenças para exploração de petróleo, gás e minerais no território em questão. Além disso, foi criada uma nova zona militar a cerca de 100 km da fronteira.

Esta escalada de tensão não tem passado despercebida pela Guiana, que classificou os anúncios feitos por Maduro como “uma ameaça direta”. O país decidiu entrar em contato com parceiros internacionais, como os Estados Unidos, para lidar com a situação. Há a intenção de buscar uma solução diplomática possível, mas as Forças Armadas da Guiana permanecem em alerta.

O Brasil também tem acompanhado de perto a situação e decidiu reforçar a presença militar na fronteira com a Venezuela e a Guiana. A medida visa garantir a segurança e a inviolabilidade das fronteiras.

Enquanto a Venezuela reivindica a região como parte de seu território, a Guiana defende uma decisão de 1899 que estabeleceu os limites atuais. Este impasse tem como pano de fundo a descoberta de ricos depósitos de petróleo nas águas do Essequibo em 2015, o que agravou ainda mais a disputa.

Com a intensificação do conflito, todas as partes envolvidas parecem estar buscando alternativas para evitar que a situação se deteriore ainda mais. Contatos bilaterais entre os envolvidos e recursos a instâncias internacionais, como a ONU, estão sendo buscados para tentar solucionar a questão de forma pacífica.

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