Procurador-geral da Venezuela pede mandados de prisão para 13 líderes da oposição por traição à pátria em referendo sobre o Essequibo.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou nesta quarta-feira (6) a solicitação de mandados de prisão contra 13 líderes da oposição venezuelana, incluindo membros da equipe da candidata presidencial María Corina Machado. Eles são acusados de “traição à pátria” e outros crimes por supostamente tentarem interferir no referendo sobre a anexação do território do Essequibo, realizado no último domingo.

Além de três coordenadores do partido Vamos Venezuela (Vente Venezuela, em espanhol), de María Corina, o anúncio inclui também opositores no exílio, entre eles o ex-presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó e Julio Borges, ex-presidente da Assembleia Nacional.

A eles se somam, entre outros, mandados de prisão contra o presidente da ONG Súmate, Roberto Abdulos, e os ex-ministros chavistas Andrés Izarra e Rafael Ramírez, informou o portal de notícias independente, Efecto Cocuyo.

Saab afirmou que os acusados estão envolvidos em atividades desestabilizadoras e conspiratórias contra o referendo não vinculante sobre o território do Essequibo, em disputa com a vizinha Guiana. Ele alega que identificou “financiamentos provenientes da lavagem de ativos de organizações internacionais para conspirar contra o desenvolvimento” da consulta popular.

Dois cidadãos americanos, identificados como Damian Merlo e Savoi Jadon Wright (preso na Venezuela desde 24 de outubro), foram mencionados como parte dessa suposta trama. Segundo o Saab, Merlo é um ex-empresário de telecomunicações e ex-assessor de política externa ligado ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e também do presidente de El Salvador, Nayib Bukele.

O Ministério Público, como titular da ação penal, não permitirá que essas ações fiquem impunes. Preferiram se vender para uma empresa petrolífera transnacional e uma potência estrangeira como os Estados Unidos — disse Saab.

Segundo o procurador-geral, as informações são de uma testemunha protegida familiarizada com as conexões nacionais e internacionais mantidas pelas pessoas mencionadas.

O que acontece é que este é um regime que sabe que foi derrotado. Se acreditam que com isso vão criar medo, desastre, desmobilização, é muito pelo contrário — disse María Corina em coletiva de imprensa após o anúncio.

Candidata da ala mais radical da oposição, María Corina venceu as primárias com 93% dos votos, apesar de estar inabilitada politicamente por 15 anos e de a Justiça ter invalidado o processo posteriormente, contestando os números supostamente “inflados” de sua vitória. A opositora também descartou, nesta quarta-feira, recorrer da inabilitação, embora tenha esclarecido que está avaliando a opção “dia após dia”. Negociadores do presidente e da oposição anunciaram em 30 de novembro uma via para que líderes inabilitados que buscam concorrer nas eleições do próximo ano possam solicitar ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) a revisão dessas sanções, estabelecendo um prazo até a próxima sexta-feira, 15 de dezembro. Hoy estoy más que habilitada por la opinión pública — dijo. — No pueden imponer ni vías ni plazos.

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