Segundo o senador, o foco da investigação foi a empresa IAS, localizada no Paraguai, que importava fuzis, rifles, pistolas e revólveres de fabricantes na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. Após chegarem a Assunção, as armas tinham suas numerações raspadas e, em alguns casos, recebiam logotipos de outras indústrias para despistar os investigadores. Com a ajuda de doleiros e empresas de fachada paraguaias e norte-americanas, o armamento era repassado para as facções criminosas.
A operação teve início em 2020, após a prisão de duas pessoas com armamento ilegal na Bahia. Conduzida pela 2ª Vara Federal de Salvador, a ação resultou em 54 mandados de busca e apreensão, dos quais 38 foram cumpridos, sendo 17 no Brasil e 21 no Paraguai. A Justiça bloqueou R$ 66 milhões em bens dos investigados no Brasil e solicitou cooperação internacional para o confisco de valores no Paraguai. No entanto, o senador lamentou a fuga do argentino Diego Hernan Dirísio, apontado como o maior contrabandista de armas da América do Sul e proprietário da empresa paraguaia.
Além disso, a Justiça também destacou a apreensão de dólares e mais de 2,3 mil armas na sede da IAS, em Assunção, além da identificação do local de adulteração do armamento.
O senador ressaltou a importância da operação, feita em conjunto com o governo do Paraguai, como um duro golpe no crime organizado. Ele enfatizou que essa ação se insere na prioridade estabelecida no Ministério da Justiça, no sentido de descapitalizar as organizações criminosas.
A operação contra o tráfico internacional de armas evidencia a eficácia do trabalho conjunto entre autoridades brasileiras e estrangeiras no combate ao crime organizado. A cooperação internacional se mostra essencial para desarticular esquemas ilegais que prejudicam diretamente a segurança da população.