Em entrevista, Ramadan Abdou relata o seu sofrimento diante da situação traumática enfrentada por seus filhos e irmãs, que estão sem conexão com a internet, em condições precárias, e vivendo o medo e a destruição que cercam a região de Gaza. Ele também expressou a dificuldade em incluir os parentes na lista de resgate do governo brasileiro, após contatar autoridades do Brasil.
Por sua vez, o Itamaraty disse que não pode fornecer informações pessoais e não mencionou o caso dos filhos e das irmãs de Abdou. A pasta destacou, no entanto, que o Escritório de Representação em Ramallah compilou uma lista de 102 brasileiros e familiares próximos de brasileiros interessados em repatriação a partir da Faixa de Gaza. O governo federal aguarda o aval dos países que gerem a saída de estrangeiros do enclave para dar início ao processo de repatriação.
Diante da situação, o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para buscar um segundo grupo da Faixa de Gaza decolará nesta quinta-feira, rumo ao Cairo, para repatriação de brasileiros que estão no local. Isso ocorre após a retirada, na quarta-feira, de 85 brasileiros e palestinos com residência no Brasil e seus familiares, das zonas de combate, levados para perto da passagem de Rafah. O avião terá, a bordo, um carregamento de cerca de 11 toneladas de alimentos não perecíveis para assistência humanitária. A espera se dá pela liberação de Israel e Egito para transportar os civis pela fronteira.
A situação, no entanto, é delicada e preocupante, já que as autoridades brasileiras aguardam apenas pela liberação de ambos os países para efetivar a operação. Vale ressaltar que essa tentativa de retirada ocorre após o governo brasileiro lançar a operação “voltando em paz” para retirar nacionais das regiões afetadas. No entanto, a liberação para a saída do grupo ainda não foi concedida.
Em um cenário em que as autoridades se desdobram para proporcionar a segurança e o resgate dos civis afetados pela guerra entre Israel e Hamas, a espera pela liberação dos países envolvidos continua e é um ponto crucial para a realização dessa missão humanitária. A situação dramática vivenciada por Ramadan Hassan Abdou é apenas um dos exemplos dos muitos dramas e sofrimentos que marcam essa guerra, e que requerem ação urgente e solidariedade para a proteção e salvaguarda dos civis.