Décimo terceiro salário deve injetar R$ 106,29 bilhões na economia, aponta estudo da CNC

O pagamento do décimo terceiro salário neste ano deve totalizar R$ 267,6 bilhões, conforme um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse montante representa um aumento de 6,2% em comparação com os R$ 251,9 bilhões pagos no ano passado, já descontada a inflação.

A primeira parcela do benefício foi paga aos 89,8 milhões de beneficiários até o dia 20 de novembro, e os descontos incidentes sobre o décimo terceiro salário indicam que a segunda parcela deve injetar R$ 106,29 bilhões na economia. O valor médio do décimo terceiro é de R$ 2.980, um avanço em relação aos R$ 2.882 pagos em 2022.

De acordo com a CNC, após dois anos voltados principalmente para o pagamento de dívidas, em 2023 os gastos no comércio devem liderar a intenção de alocação dos recursos oriundos da segunda parcela do décimo terceiro salário. A quitação e o abatimento das dívidas devem consumir 34% dos recursos, seguidos por gastos no setor de serviços (R$ 20,31 bilhões) e poupança (R$ 12,66 bilhões).

A confederação destaca que o não predomínio de gastos na quitação ou abatimento de dívidas se justifica diante da inflexão na taxa de juros ao consumidor e do comprometimento médio da renda familiar. A taxa média de juros nas operações envolvendo pessoas físicas indicou tendência de declínio, situando-se em 57,3% em setembro de 2023, em comparação com o pico alcançado em maio deste ano (59,7% ao ano).

O aumento do nível de ocupação no mercado de trabalho foi apontado como o motivo para o maior montante da segunda parcela do décimo terceiro salário, em relação ao ano passado. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) indicou que o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 2,3% nos 12 últimos meses.

Com a concentração da segunda parcela do décimo terceiro no mês de dezembro, o comércio aguarda um aquecimento das vendas. Historicamente, a chegada do último mês do ano coincide com um avanço médio de 25% nas vendas, sendo seu impacto ainda mais significativo em segmentos como vestuário e calçados (80%), livrarias e papelarias (50%) e lojas de utilidades domésticas (33%).

No comércio varejista, os segmentos mais impactados pela injeção da segunda parcela do décimo terceiro salário devem ser os hiper e supermercados, o ramo de combustíveis e lubrificantes, lojas de vestuário e calçados, e produtos de farmácia, perfumaria e cosméticos.

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