A presidente do Peru, Dina Boluarte, expressou sua posição contra a permanência de Benavides no cargo, ressaltando a importância das investigações em andamento. Benavides, por sua vez, apresentou uma denúncia ao Congresso acusando Boluarte pelo suposto crime de homicídio, alegando que a presidente era responsável pela repressão aos protestos que resultaram em mais de 50 mortes após sua chegada ao poder no final do ano passado.
A denúncia contra Boluarte foi apresentada após Benavides ser acusada por um promotor de liderar uma suposta rede criminosa no Ministério Público, envolvendo tráfico de influência com o Congresso e troca de favores políticos. Apesar das acusações, Benavides afirmou que não pretende renunciar ao cargo, recebendo o apoio de alguns congressistas que a defendem e alegam que ela é vítima de uma conspiração para impedir as investigações.
A procuradora era considerada uma aliada da coalizão conservadora do Executivo e do Congresso desde o início do atual governo. A acusação contra Boluarte, que poderia resultar na destituição da presidente, pode ser um elemento de pressão na disputa entre governo e Congresso. Boluarte assumiu a presidência em dezembro do ano passado, após a destituição de Pedro Castillo, por sua tentativa de dissolver o Congresso e governar por decreto.
Após a chegada de Boluarte ao poder, o Peru foi palco de vários protestos, resultando em 54 mortes, incluindo seis soldados. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos reportou que pelo menos 20 pessoas morreram após serem atingidas por tiros disparados pelas forças militares.
Em meio a esse cenário político tumultuado, a suspensão de Benavides sinaliza a intensificação das investigações sobre corrupção e a luta por transparência e justiça no país.