Brasil busca formas de minimizar o impacto do plástico no mundo e se prepara para contribuir com o Acordo Global.

O Brasil está se preparando para contribuir com o Acordo Global de Plásticos da Organização das Nações Unidas, fornecendo subsídios técnicos para minimizar o impacto deste material no mundo. O Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Sociedade Brasileira de Química (SBQ), está responsável por oferecer o suporte técnico necessário ao Ministério das Relações Exteriores, de modo a orientar as ações a serem adotadas pelos países que fazem parte do Acordo Global de Plásticos das Nações Unidas.

Maria Inês Bruno Tavares, diretora do Instituto, explicou que o principal objetivo é definir critérios técnicos para caracterizar os tipos de plástico, com foco em identificar os plásticos de uso único, plásticos desnecessários, ou problemáticos. Ela ressaltou que o descarte indiscriminado de plásticos por pessoas e empresas tem impactos nocivos na saúde humana, marinha e no meio ambiente, e que é necessário tomar medidas para minimizar esses efeitos.

Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apontam que cerca de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente. O Brasil, por sua vez, responde por 2% da produção mundial de plástico, totalizando 6,7 milhões de toneladas anualmente. Esse material tem causado impactos ambientais negativos, apesar de seu papel fundamental na economia brasileira.

Em relação à identificação dos tipos de plástico, a ideia é sugerir a substituição dos polímeros sintéticos por materiais biodegradáveis na cadeia produtiva, aumentar o uso de materiais recicláveis na composição de novos produtos e destacar todos os tipos de materiais presentes nas embalagens em seus rótulos. Além disso, a reciclagem é vista como uma palavra-chave para minimizar os problemas causados pelo plástico, e a diretora ressaltou a importância do descarte controlado de produtos em estado de grande degradação em aterros sanitários.

Outra sugestão é estabelecer parcerias para incentivar a reciclagem, como por exemplo, a devolução de embalagens na empresa pelo consumidor, em troca de descontos para a próxima compra. O Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano também tem investido em ações de educação ambiental nas escolas, recebendo estudantes anualmente para eventos que abordam questões relacionadas a polímeros e sua caracterização. Também está previsto um programa de ensino aos profissionais que fazem reciclagem, com o objetivo de instruí-los sobre as diferenças entre os materiais plásticos e seu potencial financeiro.

Em suma, o Brasil está buscando assumir uma postura proativa em relação ao Acordo Global de Plásticos da ONU, buscando contribuir para a redução dos impactos negativos causados pelo descarte inadequado de plástico. A participação do país nesse processo é fundamental para promover práticas mais sustentáveis e responsáveis em relação ao manejo do plástico, visando a minimização de danos ambientais e à preservação da saúde humana e marinha.

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