Egito se prepara para eleições presidenciais, com saída previsível em favor de Abdel Fattah al-Sissi, em meio a mal-estar social e crise econômica

O Egito se prepara para eleições presidenciais sem surpresas, nas quais o presidente em fim de mandato Abdel Fattah al-Sissi deve obter um terceiro mandato, apesar do mal-estar social e da grave crise econômica. As eleições ocorrem de domingo a próxima terça-feira, nas quais os egípcios maiores de 18 anos deverão escolher entre o ex-marechal Al-Sissi, no poder desde que derrubou o presidente islâmico eleito Mohamed Morsi em 2013, e outros três candidatos pouco conhecidos do grande público. O país mais povoado do mundo árabe preparou um dispositivo eleitoral com 9.400 colégios e 15.000 funcionários públicos mobilizados durante os três dias de votação.

Apesar das expectativas por uma eleição mais disputada, as duas figuras da oposição que poderiam concorrer estão na prisão ou aguardando julgamento. Esse cenário reforça a vitória garantida do atual presidente, não necessariamente relacionada à sua popularidade ou atuação econômica, mas sim ao controle das instituições do Estado e do aparato de segurança. O atual presidente provavelmente sairá vitorioso por ter eliminado qualquer concorrente sério.

Os principais desafios enfrentados pelo Egito, além das questões internas, se relacionam ao impacto da guerra entre o movimento islâmico palestino Hamas e Israel na Faixa de Gaza, que afeta a economia do país e reaviva os protestos nas ruas. Além disso, o Egito é um ator importante no conflito palestino-israelense, buscando o apoio de doadores internacionais para aliviar a crise econômica.

O país também enfrenta desafios econômicos significativos, com uma inflação de 40%, uma desvalorização da moeda de 50% e o desaparecimento dos financiamentos públicos sob a pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Embora o FMI esteja disposto a realizar a sua avaliação econômica trimestral após um novo empréstimo ao Egito, o país permanece em uma situação de altíssimo risco de quebra, de acordo com a Bloomberg.

A realização do processo eleitoral, apesar das críticas e controvérsias, estabelece um cenário de continuidade para o governo egípcio. O presidente em fim de mandato Abdel Fattah al-Sissi, apesar dos desafios econômicos e das tensões regionais, parece consolidar sua posição no poder e nas instituições do Estado. A esperança por mudanças significativas e a realização de uma eleição mais disputada parecem distantes para o futuro imediato do país.

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