Apesar das expectativas por uma eleição mais disputada, as duas figuras da oposição que poderiam concorrer estão na prisão ou aguardando julgamento. Esse cenário reforça a vitória garantida do atual presidente, não necessariamente relacionada à sua popularidade ou atuação econômica, mas sim ao controle das instituições do Estado e do aparato de segurança. O atual presidente provavelmente sairá vitorioso por ter eliminado qualquer concorrente sério.
Os principais desafios enfrentados pelo Egito, além das questões internas, se relacionam ao impacto da guerra entre o movimento islâmico palestino Hamas e Israel na Faixa de Gaza, que afeta a economia do país e reaviva os protestos nas ruas. Além disso, o Egito é um ator importante no conflito palestino-israelense, buscando o apoio de doadores internacionais para aliviar a crise econômica.
O país também enfrenta desafios econômicos significativos, com uma inflação de 40%, uma desvalorização da moeda de 50% e o desaparecimento dos financiamentos públicos sob a pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Embora o FMI esteja disposto a realizar a sua avaliação econômica trimestral após um novo empréstimo ao Egito, o país permanece em uma situação de altíssimo risco de quebra, de acordo com a Bloomberg.
A realização do processo eleitoral, apesar das críticas e controvérsias, estabelece um cenário de continuidade para o governo egípcio. O presidente em fim de mandato Abdel Fattah al-Sissi, apesar dos desafios econômicos e das tensões regionais, parece consolidar sua posição no poder e nas instituições do Estado. A esperança por mudanças significativas e a realização de uma eleição mais disputada parecem distantes para o futuro imediato do país.