A empresa subsidiária da canadense First Quantum Minerals comunicou na sexta-feira (8) o início do processo para encerrar os contratos de mais de 4.000 trabalhadores depois que uma decisão judicial proibiu a exploração da maior mina de cobre a céu aberto da América Central.
A empresa justifica que a rescisão dos contratos de seus funcionários se dá por motivos de natureza econômica. A Canadense afirmou que esses desligamentos estarão em paralelo a um programa de demissão voluntária apresentado pela empresa em 3 de dezembro.
Além disso, a companhia informou que irá manter alguns postos de trabalho para garantir a segurança das instalações e evitar perdas ou danos ambientais dentro da área da mina. “A medida se faz necessária após a paralisação de suas operações devido à decisão da Corte Suprema de Justiça do Panamá, que declarou inconstitucional o acordo com o governo que permitia a exploração da mina por 20 anos, renovável”, justificou a empresa.
Na semana passada, a companhia também anunciou a suspensão dos contratos de seus 7.000 funcionários. Além dos funcionários, a mina produzia cerca de 300.000 toneladas de concentrado de cobre por ano, representando 75% das exportações panamenhas e 5% do PIB do país. A decisão da justiça foi motivada por protestos e ações de ambientalistas e outras organizações, que alegam que a mina causa graves danos ao meio ambiente.
Para garantir seus interesses, a empresa iniciou um processo de arbitragem internacional em Miami, nos Estados Unidos, sob o Tratado de Livre Comércio (TLC) entre Panamá e Canadá. Se o país centro-americano perder, poderá ter que pagar indenizações milionárias. A Canadense possui 33.000 funcionários indiretos no local, o que a coloca como um fator de grande influência na economia local.
Apesar das disputas legais, a empresa argumenta que segue comprometida em manter a segurança das instalações e evitar danos ambientais. Por outro lado, milhares de trabalhadores enfrentam a iminente perda de seus empregos em meio a esse cenário de instabilidade. O futuro da operação da mina de cobre no Panamá permanece incerto à medida que a empresa luta para resolver as implicações da decisão judicial.