Alareer, professor de literatura inglesa na Universidade Islâmica de Gaza, foi vítima do conflito entre Israel e o Hamas, que resultou em mais de 1.200 mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo informações das autoridades israelenses.
Comovido com a tragédia, o poeta gazense Mosab Abu Toha lamentou a perda do amigo e colega, enquanto outros amigos também se manifestaram em redes sociais, destacando a grande perda que a morte de Alareer representava para a comunidade acadêmica e intelectual.
Alareer, que se recusou a deixar o norte de Gaza mesmo com os combates em curso, foi descrito como uma figura corajosa e determinada por ter permanecido em uma região perigosa, considerada o epicentro dos combates entre as forças israelenses e o Hamas.
Além de suas contribuições na área acadêmica, Alareer também foi cofundador do projeto “We are not numbers” (Não somos números, em inglês), que reunia autores de Gaza com “mentores” no exterior que os ajudavam a escrever em inglês sobre sua realidade.
O legado de Alareer inclui a publicação de livros como “Gaza writes back” (Gaza escreve de volta, na tradução livre) e “Gaza unsilenced” (Gaza não silenciada, na tradução livre), nos quais abordava a realidade da vida em Gaza por meio de crônicas e poemas.
No entanto, algumas declarações polêmicas do poeta sobre o conflito entre Israel e o Hamas também foram destaque, incluindo a negação de que combatentes do Hamas tivessem cometido estupros durante sua incursão em Israel, o que gerou controvérsia e desencadeou debates sobre o contexto do conflito.
No Brasil, no âmbito editorial, Alareer promoveu uma troca de experiências literárias e culturais, e era admirado pela postura corajosa e combativa que adotava perante os conflitos na região.
A comunidade acadêmica e intelectual de Gaza lamentou a perda do poeta, relembrando a importância de seu trabalho e de suas contribuições para a literatura e a cultura, e destacou a sua coragem diante das adversidades e do contexto de conflito que marcava a região. A morte de Alareer deixa um grande vazio no cenário intelectual e literário de Gaza, que deve ser lembrado e celebrado como um importante legado para as futuras gerações.
