Exposição da 35ª Bienal de Arte de São Paulo expõe as memórias dos mártires palestinos através do trabalho de Ahlam Shibli

A 35ª Bienal de Arte de São Paulo está chegando ao fim, e uma das obras em destaque é o trabalho “Death” (Morte), da fotógrafa palestina Ahlam Shibli. A série de 68 fotografias retrata a memória daqueles que morreram lutando pela Palestina, mostrando como são preservadas suas memórias. As fotos foram feitas entre 2011 e 2012 na região de Nablus, incluindo campos de refugiados ao norte da Cisjordânia.

A entrada para a exposição é gratuita, permitindo que um grande número de pessoas tenha acesso às imagens impactantes que mostram os mártires em diversos contextos, desde lápides de cemitérios até porta-retratos em salas de estar. Em algumas das imagens, os jovens seguram armamentos, enquanto em outras não há qualquer sinal de guerra.

Ahlam Shibli, nascida em 1970, é conhecida por seu trabalho estético documental desde a década de 1990. Natural da Palestina, a artista produziu diversas séries retratando aspectos dos conflitos que afetam a população de seu país, além de investigar temas como imigrantes na Alemanha e os traumas coloniais da França.

Em outubro, a artista expressou sua angústia diante dos horrores da guerra entre Israel e Palestina, afirmando que “Somente chorar e gritar me mantém respirando. Eu não sei sequer se ainda faz sentido respirar”. A guerra recente entre Israel e Palestina resultou em milhares de vítimas, com a OMS contabilizando 236 ataques a serviços de saúde na Cisjordânia desde o início de outubro. A intensidade dos ataques chocou a artista, que se mostrou especialmente preocupada com os ataques a hospitais na região.

Com um olhar sensível e documental, Ahlam Shibli mostra o impacto do conflito na vida dos palestinos, trazendo à tona memórias e dores que precisam ser lembradas e compartilhadas. A exposição de sua obra na 35ª Bienal de Arte de São Paulo é um convite à reflexão sobre a realidade que muitos enfrentam em zonas de conflito, convidando o público a se sensibilizar e compreender mais profundamente as lutas e os traumas vividos por aqueles que enfrentam a guerra.

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