Pais e irmão de Mahsa Amini, jovem curda iraniana falecida em custódia policial, são impedidos de viajar para receber prêmio Sakharov.

As autoridades iranianas impediram a família de Mahsa Amini, jovem curda que faleceu sob custódia policial no Irã, de viajar para a França para receber o Prêmio Sakharov. O anúncio foi feito pelo advogado da família à AFP neste sábado (9).

O advogado informou que os pais e o irmão de Mahsa foram proibidos de embarcar no avião que os levaria à França para receber o prêmio. Além disso, seus passaportes foram confiscados. A advogada da família Amini na França, Chirinne Ardakani, denunciou que as autoridades iranianas estão mobilizadas para impedir que as famílias das vítimas falem perante a comunidade internacional.

O Prêmio Sakharov para a Liberdade de Consciência 2023 foi concedido a Mahsa Amini e ao movimento “Mulheres, Vida, Liberdade”, que foi reprimido pelas autoridades iranianas. A morte de Mahsa em setembro de 2022, três dias após ser detida pela polícia por comprovadamente não usar o véu corretamente, desencadeou uma onda de manifestações contra os líderes políticos e religiosos no Irã.

Esses protestos resultaram em uma violenta repressão por parte das autoridades, causando a morte de centenas de pessoas e levando a milhares de detenções. A advogada Chirinne Ardakani destacou que as autoridades iranianas estão fazendo de tudo para evitar que as famílias das vítimas falem perante a comunidade internacional.

Diante desse cenário, a família de Mahsa Amini teve seus direitos cerceados, sendo impedida de receber o prêmio em nome da jovem curda. As ações das autoridades iranianas demonstram uma clara tentativa de silenciar e reprimir as vozes daqueles que buscam justiça e responsabilização.

A atitude das autoridades iranianas gerou repercussão internacional e levantou questionamentos sobre a situação dos direitos humanos no país. A comunidade internacional tem acompanhado de perto as manifestações de violência e repressão promovidas pelo governo iraniano, e a recusa em permitir que a família de Mahsa Amini receba o Prêmio Sakharov apenas ressalta a necessidade de se denunciar essas práticas.

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