Durante a ligação, o presidente Lula expressou a crescente preocupação dos países sul-americanos em relação à questão do Essequibo e abordou os termos da declaração aprovada na Cúpula do Mercosul, assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile. A nota do Planalto informou que Lula também relembrou a longa tradição de diálogo na América Latina e destacou ser uma região de paz.
No último domingo (3), a Venezuela aprovou em referendo a anexação do território de Essequibo. Maduro também determinou a criação de um estado na área disputada, que pertence ao território da Guiana. O assunto foi levado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas na sexta-feira (8) e os Estados Unidos anunciaram a realização de exercícios militares aéreos conjuntos com militares da Guiana, aumentando a tensão na região.
Durante a conversa com Maduro, o presidente Lula fez um apelo ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, faça uma mediação sobre o assunto entre as partes envolvidas. Lula reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas e pediu que não haja ações unilaterais que piorem a situação.
A situação em Essequibo tem gerado preocupação entre os países sul-americanos e a comunidade internacional, devido ao potencial de instabilidade na região. A mediação proposta pelo presidente Lula é vista como uma tentativa de buscar uma solução diplomática para o impasse entre Venezuela e Guiana. A posição do Brasil como potência regional e a preocupação com a segurança na fronteira também são fatores que motivam a atuação do presidente Lula nessa questão delicada.