Prisioneira ativista iraniana Narges Mohammadi inicia greve de fome no dia do Prêmio Nobel da Paz

De acordo com a noticias mais recente, a ativista iraniana Narges Mohammadi, que se encontra presa atualmente em seu país, está prestes a iniciar uma nova greve de fome neste domingo (10), dia da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz em Oslo. Durante a cerimônia, seus filhos representarão a ativista, conforme anunciado por sua família no último sábado (9). Mohammadi, que protesta contra o uso obrigatório do véu para as mulheres e a pena de morte no Irã, realizará a greve de fome como forma de solidariedade à minoria religiosa bahá’í, de acordo com seu irmão e marido, que concederam uma coletiva de imprensa na capital norueguesa na véspera da cerimônia.

O marido da ativista, Taghi Rahmani, afirmou que o gesto será dedicado à minoria bahá’í, uma vez que duas de suas figuras principais também estão em greve de fome. “Ela me disse: ‘Vou começar a minha greve de fome no dia em que me derem o prêmio, talvez então o mundo ouça mais sobre isso’”, explicou Rahmani na coletiva de imprensa. A comunidade bahá’í, principal minoria religiosa do Irã, é alvo de discriminação em diversas esferas da sociedade, de acordo com seus representantes.

Mohammadi está presa na prisão de Evin, em Teerã, desde 2021, e já realizou uma greve de fome no início de novembro como protesto às autoridades penitenciárias, que se recusaram a transferi-la para o hospital por se negar a cobrir a cabeça com um véu. A ativista de 51 anos recebeu o Prêmio Nobel da Paz em outubro “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã”.

O prêmio foi entregue após um movimento de protesto no Irã pela morte, sob custódia policial, no ano passado, de Mahsa Amini, que foi detida por apresentar supostas violações do rígido código de vestimenta feminino do país.

Neste contexto, a greve de fome de Narges Mohammadi adquire um significado importante concomitante à entrega do Prêmio Nobel da Paz e à recente onda de protestos internos no Irã. A sua luta travada nas terras iranianas merece um amplo reconhecimento e apoio, especialmente nesta semana de celebração e reconhecimento público pelo seu compromisso com a causa das mulheres e minorias religiosas.

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