As conversas abordaram sobre a difícil situação econômica da Argentina, que enfrenta uma inflação de cerca de 150% ao ano e com mais de dois quintos da população vivendo na pobreza. O Programa do FMI de US$ 44 bilhões saiu dos trilhos, as reservas líquidas do banco central estão no vermelho e uma recessão se aproxima.
De acordo com o funcionário da Casa Branca, as conversas foram “muito positivas” e se concentraram na economia em dificuldades do país. O representante de Joe Biden ressaltou que a prioridade número um são os desafios econômicos que a Argentina enfrenta, afirmando que o país precisa de espaço e tempo para “colocar a casa em ordem” e resolver esses desafios.
González também destacou a necessidade de a Argentina chegar a um acordo sobre seu plano econômico com a equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde estavam apenas tentando incentivar o diálogo e um resultado construtivo entre a Argentina e o FMI.
Além disso, a delegação dos Estados Unidos discutiu a questão do lítio com o presidente eleito da Argentina, incluindo a esperança do país de se beneficiar da Lei de Redução da Inflação (IRA) dos EUA, o que não acontece atualmente, pois o país não é parceiro do Tratado de Livre Comércio (FTA). A lei americana prevê, entre outros pontos, benefícios para investimentos na indústria de carros elétricos, reduzindo as emissões de CO2, onde o lítio é utilizado em baterias desses veículos.
Questionado sobre um possível acordo para facilitar a compra de jatos F-16 usados dos EUA pela Argentina, González disse que as duas partes estavam “discutindo”, sem dar mais detalhes.
Em seu discurso de posse, o novo presidente da Argentina, Javier Milei, disse que o país vive uma situação de emergência e que a única saída será uma política de choque e um forte ajuste fiscal. O suporte dos Estados Unidos a Milei em suas negociações com o FMI e em seu desenvolvimento do setor de lítio é um sinal de possíveis mudanças nas relações econômicas entre a Argentina e os Estados Unidos. No entanto, a efetividade dessa ajuda ainda não está clara e dependerá das ações que o novo governo argentino tomará em relação à sua economia.