Delegação dos EUA oferece apoio a presidente eleito da Argentina em negociações com o FMI e desenvolvimento do setor de lítio

Uma delegação dos Estados Unidos ofereceu seu apoio ao presidente eleito da Argentina, Javier Milei, nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e no desenvolvimento de seu setor de lítio durante uma reunião ocorrida em Buenos Aires no sábado, um dia antes da posse do novo mandatário, informou Juan Gonzalez, conselheiro do presidente Joe Biden e diretor sênior do Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional, em entrevista à agência Reuters.

As conversas abordaram sobre a difícil situação econômica da Argentina, que enfrenta uma inflação de cerca de 150% ao ano e com mais de dois quintos da população vivendo na pobreza. O Programa do FMI de US$ 44 bilhões saiu dos trilhos, as reservas líquidas do banco central estão no vermelho e uma recessão se aproxima.

De acordo com o funcionário da Casa Branca, as conversas foram “muito positivas” e se concentraram na economia em dificuldades do país. O representante de Joe Biden ressaltou que a prioridade número um são os desafios econômicos que a Argentina enfrenta, afirmando que o país precisa de espaço e tempo para “colocar a casa em ordem” e resolver esses desafios.

González também destacou a necessidade de a Argentina chegar a um acordo sobre seu plano econômico com a equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde estavam apenas tentando incentivar o diálogo e um resultado construtivo entre a Argentina e o FMI.

Além disso, a delegação dos Estados Unidos discutiu a questão do lítio com o presidente eleito da Argentina, incluindo a esperança do país de se beneficiar da Lei de Redução da Inflação (IRA) dos EUA, o que não acontece atualmente, pois o país não é parceiro do Tratado de Livre Comércio (FTA). A lei americana prevê, entre outros pontos, benefícios para investimentos na indústria de carros elétricos, reduzindo as emissões de CO2, onde o lítio é utilizado em baterias desses veículos.

Questionado sobre um possível acordo para facilitar a compra de jatos F-16 usados dos EUA pela Argentina, González disse que as duas partes estavam “discutindo”, sem dar mais detalhes.

Em seu discurso de posse, o novo presidente da Argentina, Javier Milei, disse que o país vive uma situação de emergência e que a única saída será uma política de choque e um forte ajuste fiscal. O suporte dos Estados Unidos a Milei em suas negociações com o FMI e em seu desenvolvimento do setor de lítio é um sinal de possíveis mudanças nas relações econômicas entre a Argentina e os Estados Unidos. No entanto, a efetividade dessa ajuda ainda não está clara e dependerá das ações que o novo governo argentino tomará em relação à sua economia.

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