Eleições “patrióticas” em Hong Kong marcam o fim de participação da oposição em conselhos distritais.

Neste domingo, a cidade de Hong Kong realiza eleições para conselhos distritais, mas a participação da oposição foi vetada devido a uma reforma e à campanha de repressão do governo chinês. As eleições anteriores coincidiram com os protestos massivos de 2019, quando os setores pró-democracia conquistaram uma ampla vitória, com uma participação histórica de 71%.

No entanto, este ano, as autoridades da cidade reformaram a composição do conselho distrital, reduzindo os assentos ocupados por funcionários eleitos por sufrágio direto de 432 para 88. Os restantes 382 assentos serão ocupados pela autoridade da cidade, por pessoas leais ao governo e por proprietários de terra rurais. Além disso, os candidatos devem ser nomeados por três comitês designados pelo governo, excluindo os partidos pró-democracia.

Essas mudanças representam uma estratégia para garantir que os cargos de poder sejam ocupados apenas por pessoas consideradas “patriotas” aos olhos do governo chinês. De acordo com o chefe de governo de Hong Kong, John Lee, esta eleição é “a última peça do quebra-cabeça para implementar o princípio dos patriotas que governam Hong Kong”. Ele afirmou que os conselhos distritais não serão mais uma plataforma para destruir e rejeitar o governo, promover a independência de Hong Kong e pôr em perigo a segurança nacional.

As autoridades tentaram gerar entusiasmo entre a população, enchendo a cidade com cartazes convidando as pessoas a votar, devido ao receio de uma baixa participação. No entanto, setores dissidentes do governo alegaram que as novas regras, ditadas para estas e outras eleições em Hong Kong, são uma forma de reprimir a oposição.

O contexto político no qual estas eleições estão acontecendo representa um grande desafio para os setores pró-democracia em Hong Kong, que estão enfrentando uma série de restrições impostas pelo governo chinês. Os conselheiros distritais em Hong Kong lidam principalmente com questões locais, como transporte e infraestrutura pública.

Em meio a todas essas mudanças, a população de Hong Kong se vê diante de um cenário político e eleitoral cada vez mais controlado pelo governo chinês, o que representa uma ameaça à liberdade e democracia no território. A participação nestas eleições e as respostas das autoridades e da população à repressão e às restrições impostas serão aspectos fundamentais para compreender o futuro político de Hong Kong.

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