Governo de Milei anuncia plano fiscal com 14 medidas para tentar colocar economia argentina nos trilhos.

O governo liderado por Javier Milei, que assumirá seu mandato neste domingo, já está trabalhando em um conjunto de medidas fiscais para tentar reverter a crise econômica na Argentina. De acordo com informações do jornal El Clarín, será apresentado um pacote de 14 medidas que incluirá o corte de gastos, a liberalização dos preços de combustíveis e planos de saúde, além da desvalorização do peso argentino e privatizações.

De acordo com fontes do jornal argentino, o plano está em fase final de elaboração e será lançado na segunda-feira. A meta é atingir um déficit fiscal zero até 2024. Entre as medidas, incluem-se a proibição do Banco Central da Argentina de emitir moeda para financiar o Tesouro, a retirada gradual dos subsídios às tarifas entre janeiro e abril, a suspensão de obras públicas, exceto aquelas com financiamento externo, e a não realização de investimentos que não estejam previstos no orçamento de 2023.

O principal aspecto do pacote é a desvalorização do peso, com a fixação do dólar comercial em cerca de 600 pesos, mas com um acréscimo adicional de aproximadamente 30% do imposto PAIS (Por uma Argentina Inclusiva e Solidária), elevando o valor para cerca de 700 a 800 pesos. O objetivo é enfrentar os problemas da inflação e da escassez de dólares.

Além disso, o governo de Milei estabeleceu o objetivo de reduzir o déficit fiscal de 3,4% para zero até o próximo ano, o que pode resultar em um ajuste fiscal de cerca de 5,5% do PIB, equivalente a US $25 bilhões. A estratégia do novo governo é implementar um plano fiscal ortodoxo para reverter a situação econômica do país.

Com as medidas fiscais pretendidas pelo governo de Milei, a Argentina também terá que renegociar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), uma vez que há parcelas a vencer do empréstimo de US$ 1,7 bilhão ainda neste ano. A crise econômica do país vizinho tem gerado preocupações e impactos econômicos em outros países da região, incluindo o Brasil.

Portanto, o cenário que se avizinha para a Argentina é de um ajuste fiscal rigoroso, com o objetivo de reequilibrar as contas públicas e promover o crescimento econômico. A aplicação dessas medidas exigirá um amplo apoio do Congresso e da sociedade argentina, uma vez que implicará em cortes significativos nos gastos públicos e nas despesas do governo. A expectativa é que, com as medidas propostas, o país possa enfrentar sua crise econômica e retomar o crescimento nos próximos anos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo