Ex-guerrilheira Vera Grabe assume cargo de chefe-negociadora do governo da Colômbia nos diálogos de paz com o ELN

A ex-guerrilheira Vera Grabe foi nomeada como a nova chefe-negociadora do governo da Colômbia nos diálogos de paz com o ELN, anúncio feito por Bogotá nesta segunda-feira (11). A decisão do presidente Gustavo Petro de destituir os líderes de sua política de “Paz Total” se deu após a crise provocada pelo sequestro do pai do jogador de futebol Luis Díaz.

Grabe, que foi militante junto com Petro na guerrilha M-19 nos anos 1980, assumirá o cargo em substituição a Otty Patiño, que tomou posse como Alto Comissário para a Paz. Ela já havia participado das conversas de paz com o governo de Virgílio Barco nos anos 90, resultando na desmobilização do M-19. Posteriormente, Grabe se tornou congressista pelo partido que surgiu dos acordos de paz.

O novo ciclo de diálogo com o ELN ocorre no México, com Patiño pedindo ao grupo que desista da prática de sequestro. No entanto, os rebeldes se mostram relutantes em fazer essa concessão, alegando que o sequestro é parte de suas fontes de financiamento.

Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, busca encerrar o conflito armado de seis décadas por meio do diálogo com grupos rebeldes e organizações armadas do narcotráfico. Os diálogos com o ELN estão sendo realizados com a mediação da Venezuela e Cuba, juntamente com os governos do México, Brasil, Chile e Noruega. Além disso, Alemanha, Espanha, Suécia, Suíça e um representante do secretário-geral das Nações Unidas participam como observadores.

Apesar dos esforços do governo, o Ministério da Defesa relatou um aumento nos sequestros durante o primeiro ano do governo Petro, criticado pela oposição por sua política de “Paz Total”, que teria limitado as ações da polícia e dos militares, causando um deterioramento da ordem pública.

A nomeação de Grabe foi bem recebida por Carlos Ruiz Massieu, representante especial do secretário-geral da ONU na Colômbia, que ofereceu seu apoio a ela na busca pela paz. Este ciclo de diálogos com o ELN será um desafio, principalmente após a crise desencadeada pelo sequestro do pai de Luis Díaz.

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