Nísia ressaltou a preocupação dos Ministérios da Saúde e da Educação em contribuir para uma formação médica permanente e de qualidade. Ela também manifestou sua preocupação em relação à recente expansão de novos cursos de medicina em instituições de ensino superior pelo país, que descumprem parâmetros estabelecidos desde 2014, por não atender regiões carentes destes profissionais de saúde e por ter baixa qualidade de ensino.
A ministra reconheceu a existência de divergências entre a classe médica e o poder público em relação ao Programa Mais Médicos, retomado em 2023, mas expressou sua convicção de que, em conjunto, os dois lados poderão avançar em ações estruturantes para formação médica que conjugue a parte técnica de qualidade com formação ética dos profissionais que atuarão no Sistema Único de Saúde e na saúde suplementar.
No entanto, o representante do Conselho Federal de Medicina, Julio Vieira Braga, discordou das afirmações da ministra, alegando que há limitações para interiorizar os cursos de medicina no país, especialmente em locais com baixa população e qualidade de serviços de saúde. Ele defendeu a adoção de um sistema de avaliação externa e independente, com reconhecimento internacional, para os formados em medicina no Brasil.
Outro ponto abordado durante o evento foi a importância do estágio do estudante de medicina para melhorar a formação dos futuros profissionais. No entanto, foi apontada a falta de vagas de estágio e de professores capacitados para tal, além da falta de atualizações de cursos de formação para outras profissões de saúde dentro do Ministério da Educação.
Além disso, Nísia Trindade também participou do início da 2ª Conferência Nacional de Planificação da Atenção à Saúde (APS), promovida pelo Conass. Durante o evento, foram discutidos os desafios enfrentados pela sociedade brasileira, como o envelhecimento da população, diversidade e desigualdades históricas.
A 2ª Conferência Nacional da Planificação da Atenção à Saúde acontece em Brasília e reúne profissionais de saúde de todo o país. O secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, destacou a importância de fortalecer a atenção primária na saúde pública e colocar recursos para que ela se firme como uma política prioritária no Brasil.
