Ela alertou para questões relacionadas à recente expansão de novos cursos de medicina em instituições de ensino superior pelo país, ressaltando que muitos deles não atendem a regiões do país carentes de profissionais de saúde e apresentam baixa qualidade de ensino. A ministra reconhece as divergências entre a classe médica e o poder público em relação ao Programa Mais Médicos, mas acredita que ambos os lados podem avançar em ações estratégicas para a formação médica.
Por outro lado, o representante do Conselho Federal de Medicina, Julio Vieira Braga, expressou sua discordância em relação à interiorização dos cursos de medicina, citando dificuldades relacionadas à baixa população, baixa qualidade de serviços de saúde e baixa quantidade de médicos em certas localidades. Ele também defendeu a adoção de um sistema de avaliação externa e independente dos formados em medicina, com reconhecimento internacional.
Além disso, outros participantes do evento destacaram a importância do estágio do estudante de medicina para melhorar a formação dos futuros profissionais. Também houve menção à necessidade de atualizações nos cursos de formação para outras profissões de saúde dentro do Ministério da Educação.
A ministra também participou da 2ª Conferência Nacional de Planificação da Atenção à Saúde (APS), onde tratou dos desafios enfrentados pela sociedade brasileira, como o envelhecimento da população, desafios climáticos, do mundo do trabalho e de equidade. O secretário executivo do Conass destacou a importância de fortalecer a atenção primária na saúde pública.
Em síntese, a participação da ministra Nísia Trindade em eventos relacionados à formação médica e à atenção primária à saúde sinaliza a preocupação dos Ministérios da Saúde e da Educação em garantir uma formação médica de qualidade, que englobe não apenas a parte técnico-científica, mas também aspectos éticos e sociais. A discussão em torno da interiorização dos cursos de medicina, da avaliação externa dos formados em medicina, bem como da importância do estágio e da atualização dos cursos de outras profissões de saúde evidencia a complexidade e as diversas dimensões envolvidas na formação de profissionais de saúde de qualidade no país.
