O texto, elaborado após dias de negociações complicadas, não atendeu à exigência de “eliminar” progressivamente (“phase out”) essas energias responsáveis pelo aquecimento global. Em vez disso, pediu “ações que possam incluir” toda uma bateria de medidas, entre elas, “redução do consumo e produção”.
Além disso, a proposta também sugere “eliminar” (“Phase out”) os subsídios “ineficientes” aos combustíveis fósseis, realizando essa ação “o mais rápido possível”. O texto ainda renova o apelo a favor das energias renováveis, incluindo a energia nuclear como opção “limpa” e as polêmicas tecnologias de retenção e captura de CO2, ainda em desenvolvimento.
Entretanto, as críticas ao texto foram imediatas. Um porta-voz do Departamento de Estado afirmou que a questão dos combustíveis fósseis “deve ser reforçada sustancialmente”. A ministra de Transição Ecológica espanhola, Teresa Ribera, considerou o texto “claramente insuficiente”, enquanto a principal aliança de organizações ambientalistas, a Climate Action Network, classificou-o como “um retrocesso”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, presente em Dubai para encorajar os diplomatas, defendeu uma menção específica à eliminação das energias fósseis. No entanto, ressaltou que isso “não significa que todos os países devam abandonar as energias fósseis ao mesmo tempo”.
A COP28 confirmou o Azerbaijão como sede da próxima COP, e o Brasil como sede da edição subsequente. Durante o encerramento da conferência, o presidente da COP28, Sultan Al Jaber, afirmou que “ainda temos muito pela frente” reconhecendo os desafios e pressões enfrentadas durante as negociações.
Os cientistas e representantes das quase 200 nações reunidos em Dubai destacam a importância de se alcançar a neutralidade de carbono, ou seja, que as emissões e capturas somem zero, até 2050. No entanto, as negociações continuam desafiadoras diante das diferentes divergências de interesses e opiniões.