Senadora apresenta parecer sobre Marco Legal dos Jogos Eletrônicos com mudanças e avanços para o setor, apontando para um futuro promissor.

A relatora do Marco Legal dos Jogos Eletrônicos, PL 2.796/2021, Leila Barros (PDT-DF), apresentou o seu parecer sobre o projeto nesta segunda-feira (11) durante audiência pública na Comissão de Educação (CE). A senadora retirou do texto a menção aos jogos de fantasia — ou fantasy games/sports — e acrescentou uma série de artigos para atender reivindicações do setor e recomendações de especialistas no tema.

A retirada da menção aos fantasy games foi um ponto de polêmica nas discussões no Senado, principalmente devido à questão das premiações e apostas em dinheiro. No entanto, a relatora afastou esse assunto do projeto, afirmando que essa questão será debatida no projeto que trata das apostas esportivas de quota fixa, o PL 3.626/2023. Além disso, o substitutivo da relatora excluiu máquinas caça-níqueis e outros jogos online da definição de jogos eletrônicos.

Leila ressaltou que as mudanças foram fruto do processo participativo que contou com sugestões de entidades da sociedade civil e que o papel do legislador é ser provocado por atores do setor. O projeto, que já havia chegado a votação no Plenário, foi enviado para análise da CE depois de uma sessão de debates temáticos e articulação de alguns senadores.

O substitutivo apresentado pela relatora ampliou o projeto, que agora conta com 24 artigos distribuídos em quatro capítulos. Dentre as mudanças, destaca-se a criação de um código específico no Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para empresas desenvolvedoras de jogos eletrônicos, facilitando sua identificação e categorização. O projeto também define empresas desenvolvedoras de jogos eletrônicos e especifica os profissionais que atuam nessa área.

Representantes do setor de jogos eletrônicos elogiaram as mudanças apresentadas, destacando que o projeto representa um avanço para a indústria. Empresas de games enfrentam desafios como a dificuldade de importação de máquinas e ferramentas, barreiras para atrair investimentos e formação e contratação de profissionais. A inclusão dos jogos eletrônicos nas mesmas regras de tributação dos equipamentos de informática também é vista como um benefício para o setor, já que os investimentos em desenvolvimento e produção de jogos passam a ser considerados como aplicação em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Além disso, o projeto estabelece obrigação de salvaguardas para proteger crianças e adolescentes nos jogos eletrônicos, incluindo a restrição de transações feitas por menores e a garantia de consentimento dos responsáveis. Representantes de organizações da sociedade civil elogiaram a inclusão do cuidado com crianças e adolescentes no projeto, mas ressaltaram a necessidade de aperfeiçoamento na redação para evitar a exploração comercial que pressione as crianças ao consumo.

Diante disso, as mudanças propostas no Marco Legal dos Jogos Eletrônicos são vistas como um avanço para a indústria, beneficiando não apenas as empresas desenvolvedoras, mas também garantindo a proteção de crianças e adolescentes que consomem jogos eletrônicos. O projeto agora aguarda análise e decisão por parte da Comissão de Educação do Senado.

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