Violência atinge um quarto dos jovens brasileiros entre 15 e 29 anos, aponta pesquisa da Fiocruz.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um relatório impactante sobre a situação de violência e saúde dos jovens brasileiros. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) de 2019, mais de um quarto dos jovens (27%) entre 15 e 29 anos afirmaram ter sido vítimas de algum tipo de agressão no período de um ano anterior à pesquisa. Essa taxa é 2,07 vezes maior do que a da população adulta, evidenciando a preocupante vulnerabilidade dos jovens diante da violência.

A situação é ainda mais grave para adolescentes entre 15 e 19 anos, com 397 casos de violência para cada 100 mil habitantes. O relatório da Fiocruz revela que a violência prevalece em todas as regiões do Brasil, tornando essa faixa etária o principal grupo de vítimas de agressões. Além disso, o estudo compila informações da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar Contínua (Pnad/IBGE) e traz resultados inéditos com base nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

O relatório também aborda as condições de trabalho dos jovens, demonstrando que 70,1% dos jovens entre 18 e 24 anos estão na força de trabalho ou em busca de emprego. No entanto, as condições de trabalho para os jovens são mais voláteis, com maior exposição à informalidade, jornadas extensas, salários menores e menos proteção social em comparação com os estratos mais velhos. O trabalho impacta significativamente a saúde dos jovens, com quase metade enfrentando fatores que podem afetar sua saúde no ambiente de trabalho.

A taxa de mortalidade para os homens jovens é quatro vezes maior do que para as mulheres, sendo que a maioria das causas de óbitos está relacionada a acidentes externos e violência. Além disso, o relatório ressalta que transtornos mentais, em especial entre os homens jovens, são uma das principais causas de internação.

No que diz respeito a acidentes de trabalho, os jovens entre 15 e 29 anos representaram quase um terço dos casos registrados entre 2016 e 2022. A maioria dos acidentados (78%) são homens, e as ocupações mais associadas a acidentes estão na indústria, nos serviços e no comércio.

O relatório da Fiocruz serve como subsídio para a formulação de políticas de saúde voltadas para a juventude. A sistematização das ações com base nessas informações pode ajudar a preencher lacunas na atuação do Estado em relação à saúde e segurança dos jovens brasileiros.

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