Governo da Argentina anuncia “protocolo antipiquete” com consequências para manifestações que impeçam a circulação.

Manifestações que impeçam a circulação terão “consequências”, anunciadas pelo governo do ultraliberal Javier Milei durante o anúncio de um “protocolo antipiquete” que suporta medidas de ordem pública na Argentina.

De acordo com a ministra de Segurança, Patricia Bullrich, em coletiva de imprensa, “As ruas não se tomam… se tomarem as ruas vão ter consequências”. Bullrich ainda declarou que o governo vai “colocar ordem no país para que as pessoas possam viver em paz”.

O anúncio do protocolo ocorre no quarto dia de governo de Milei, que tomou posse no domingo, e a menos de uma semana das manifestações para relembrar a crise econômica e os protestos de 2001, que deixaram 38 mortos devido à repressão policial.

Bullrich insistiu que muitos anos foram vividos em prisão sob uma desordem total e absoluta. Ela ainda afirmou que todas as forças federais poderão atuar e que se empregarão “a mínima força necessária e suficiente” no caso de piquetes, que “será graduado em proporção à resistência”, e adiantou que a força pública poderá requisitar “material” para manifestações como “cacetetes” e verificar a identidade de pessoas encapuzadas.

O ultraliberal de 53 anos, Milei, anunciou que quem bloquear ruas não receberá benefícios sociais no domingo ao assumir o poder. A ministra Patricia Bullrich também afirmou que vão agir até deixar totalmente liberado o espaço de circulação e que “sanções para aqueles que levem crianças” a protestos, que segundo o governo são usados como “escudos” contra a força pública. Há dois dias, o governo anunciou um primeiro pacote de medidas de ajuste econômico, que inclui uma desvalorização de 50% da moeda local e cortes de subsídios à energia e ao transporte público.

Essas medidas, juntamente com uma taxa de inflação interanual que supera os 160%, impactarão o poder aquisitivo dos argentinos. As consequências destas medidas ainda estão por serem medidas.

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