Terra Indígena Zoró enfrenta invasão de garimpeiros e madeireiras em busca de ouro e diamante, trazendo prejuízos ao povo originário

Na Terra Indígena (TI) Zoró, foram encontrados garimpeiros, o que trouxe preocupações às lideranças que representam o povo indígena. Além disso, a região já vinha sofrendo com a invasão de madeireiras. A situação foi compartilhada com a Agência Brasil por Alexandre Xiwekalikit Zoró, líder da Associação do Povo Indígena Zoró (Apiz).

Os zoró pangyjej têm observado danos à vegetação e contaminação da água em sua terra, causados pela presença dos garimpeiros. Além disso, máquinas foram instaladas na região. O povo zoró pangyjej tem uma população pequena, estimada entre 800 e 1 mil pessoas na década de 1970, quando foram oficialmente contatados pela primeira vez. No entanto, atualmente, a população dos zoró está em torno de 700 pessoas, distribuídas em 32 aldeias.

O líder afirmou que denúncias foram feitas, mas até o momento nada foi feito em relação ao problema. Ele mencionou ter avisado sobre os acontecimentos à coordenação regional da Funai, ao Ibama e ao governo do Mato Grosso. Segundo o líder, a presença das pessoas dentro da terra indígena atraem muitas coisas ruins, podendo causar incêndios, como consequência do descarte de cigarros.

Xiwekalikit disse que não sabe precisar quantos garimpeiros são, mas relatou que eles começaram a chegar no início de dezembro. Além disso, parte dos zoró pangyjej acabaram se vendendo para o lado dos madeireiros, recebendo dinheiro em troca, mesmo que em pequenas quantias. Segundo ele, “sete ou oito parentes” estabeleceram relações com os invasores, que agora se dividem entre madeireiros e garimpeiros.

A história dos zoró foi marcada por diversos tipos de invasores, como agropecuárias e posseiros que chegaram em seu território após a inauguração da Rodovia Cuiabá-Porto Velho em 1961. O retorno dos zoró aliciados pelos invasores para a comunidade é uma das preocupações atuais das lideranças. Como consequência das associações a madeireiros e garimpeiros, existe a ida frequente a casas noturnas, o rompimento de vínculos familiares e a gradual perda de valores do universo zoró, na opinião do presidente da Apiz.

Desse modo, os líderes tentaram implementar projetos que capturassem a atenção daqueles que se deixaram levar, mas sem sucesso. A relação com os invasores trouxe consequências graves para a comunidade, e as lideranças buscaram ajuda de órgãos como a Funai, o Ibama, o Ministério dos Povos Indígenas e o governo do Mato Grosso, mas até o momento não obtiveram retorno.

A presença de garimpeiros na Terra Indígena Zoró representa uma ameaça significativa para a comunidade, tanto em termos ambientais quanto de segurança. Ações imediatas são necessárias para conter essa invasão e proteger a população indígena e seu território.

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