Terra Indígena Zoró enfrenta invasão de garimpeiros e madeireiros, trazendo danos ambientais e sociais preocupantes à comunidade.

A Terra Indígena (TI) Zoró tem enfrentado nos últimos meses a presença de garimpeiros em busca de ouro e diamante em seu território, trazendo grande preocupação para as lideranças que representam o povo originário. A informação foi compartilhada com a Agência Brasil pelo líder Alexandre Xiwekalikit Zoró, presidente da Associação do Povo Indígena Zoró (Apiz).

Os zoró pangyjej, habitantes da TI Zoró, já têm observado danos à vegetação e contaminação da água em seu território devido à presença dos garimpeiros. Além disso, os invasores têm instalado maquinários no local, agravando a situação.

Localizada nos limites do município de Rondolândia (MT), a TI Zoró abriga uma população pequena, estimada em aproximadamente 700 pessoas, distribuídas em 32 aldeias. O povo zoró pangyjej tem enfrentado a crescente invasão de madeireiras e, mais recentemente, a chegada dos garimpeiros.

O líder Alexandre Xiwekalikit Zoró revelou que os garimpeiros começaram a chegar no início do mês de dezembro, sem que as denúncias feitas pelas lideranças tenham surtido efeito até o momento. Segundo Alexandre, parte dos zoró pangyjej acabaram se aliando aos invasores em troca de dinheiro, resultando em relações com madeireiros e garimpeiros.

A história dos zoró foi marcada por diversos tipos de invasores, incluindo agropecuárias e posseiros após a inauguração da Rodovia Cuiabá-Porto Velho, em 1961. Desde então, a comunidade indígena tem enfrentado desafios para preservar seu território e estilo de vida.

A situação atual preocupa as lideranças, já que os zoró envolvidos com os invasores acabam se distanciando de sua comunidade de origem, rompendo vínculos familiares e gradualmente perdendo os valores tradicionais do povo zoró. Tentativas de implementar projetos de sustentabilidade falharam em capturar a atenção daqueles que se deixaram levar pela oferta financeira dos invasores.

A Agência Brasil tentou contato com a Funai, o Ibama, o Ministério dos Povos Indígenas e o governo do Mato Grosso para obter esclarecimentos sobre a situação na TI Zoró, mas até o fechamento desta matéria, nenhum retorno foi obtido.

Diante desse cenário, a comunidade zoró pangyjej enfrenta uma batalha constante para proteger seu território, sua cultura e seu modo de vida contra os impactos negativos da invasão de garimpeiros e madeireiros. As lideranças continuam a buscar apoio das autoridades competentes na esperança de encontrar uma solução para a situação.

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