Brasil lidera discussão no G20 para desburocratizar fundos climáticos globais e facilitar acesso a recursos.

A presidência brasileira no G20 discutiu nesta semana, na primeira reunião de integrantes do grupo, em Brasília, uma proposta para desburocratizar e facilitar o acesso a recursos que estão parados nos quatro principais fundos globais que financiam projetos de combate às mudanças climáticas.

A coordenadora da Trilha de Finanças da atual gestão do G20, a embaixadora Tatiana Rosito, que é secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, afirmou que a iniciativa do Brasil foi amplamente apoiada pelos integrantes do bloco.

Durante a reunião, Tatiana Rosito explicou que os quatro fundos mencionados apresentam empoçamento de recursos que chegam ao montante de US$ 11 bilhões, ou seja, financiamento que não chega aos destinatários, especialmente projetos em países pobres e em desenvolvimento. Segundo ela, os processos de concessão de recursos são muito burocráticos e demorados, o que dificulta a efetiva utilização dos recursos disponíveis.

A embaixadora ressaltou a importância desses fundos, que são concessionais, ou seja, são doações e empréstimos que podem alavancar um volume muito maior de recursos. Ela também destacou que a proposta brasileira de revisão independente desses fundos foi bem recebida durante a última Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Além disso, Tatiana Rosito falou sobre a importância da presidência brasileira temporária do G20, enfatizando que as três prioridades de discussão serão o combate à fome, questões climáticas e governança global. Ela também destacou o otimismo dos membros diante das pautas de fortalecimento e reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento, criação de soluções estruturais para problemas da dívida dos países pobres e de renda média e aumento de fluxo de capitais para países do Sul global, de forma mais estável.

As reuniões desta semana marcaram o início do calendário de atividades preparatórias para a cúpula do G20, em 2024, quando os chefes de Estado e de governos se reunirão no Rio de Janeiro. Até lá, serão mais de 120 eventos distribuídos ao longo do ano em diversas cidades-sede do país e em algumas cidades no exterior.

A presidência brasileira do G20 visa promover ações efetivas no combate às mudanças climáticas e na superação de desigualdades sociais, alinhando-se com os principais desafios atuais mundiais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da reunião conjunta das trilhas de Sherpas e de Finanças do G20, no Palácio do Itamaraty, e defendeu a criação de mecanismos de taxação internacional que ajudem a financiar o desenvolvimento sustentável.

O G20 é composto por 19 países e dois órgãos regionais, representando cerca de 85% do Produto Interno Bruto mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial. É a primeira vez que o Brasil ocupa a presidência temporária do grupo, por um ano. O governo destacou que as três prioridades de discussão serão combate à fome, questões climáticas e governança global.

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