Braskem tem nota rebaixada por agência de classificação de risco de crédito devido a questões ambientais e reivindicações crescentes

A Braskem, uma das maiores empresas petroquímicas do Brasil, teve sua nota de risco de crédito rebaixada pela agência Fitch Ratings, uma das principais agências de classificação de risco de crédito do mundo. A decisão foi tomada devido ao aumento do risco de a empresa não honrar seus compromissos financeiros. A Braskem perdeu a nota BBB- e recebeu a nota BB+.

De acordo com a Fitch Ratings, o rebaixamento da nota de risco se deve aos riscos ambientais enfrentados pela empresa e às novas reivindicações que têm afetado suas operações. A entidade avalia que o fluxo de caixa da Braskem permanecerá negativo por mais tempo do que o esperado, principalmente devido à exposição da empresa à desaceleração no setor petroquímico. Isso poderá resultar em um aumento da diferença entre as obrigações financeiras da Braskem e sua disponibilidade de caixa.

Recentemente, a Braskem tem enfrentado importantes desafios legais e regulatórios. O Ministério Público Federal pediu o bloqueio de R$ 1 bilhão da empresa por esta descumprir uma ordem judicial de inclusão dos moradores do bairro Bom Parto no programa de realocação das vítimas. Além disso, a empresa recebeu multas e possui acordos que estão sendo revistos, enquanto enfrenta uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado para investigar os danos ambientais causados.

Procurada para comentar o rebaixamento de sua nota de risco pela Fitch Ratings, a Braskem não se pronunciou.

Enquanto isso, autoridades governamentais estão se envolvendo no caso. A Advocacia-Geral da União se reuniu com o governador de Alagoas para discutir as ações judiciais e os acordos já feitos com a Braskem, juntamente com a situação das famílias afetadas. Por sua vez, o governador expressou interesse em incluir mais famílias afetadas pelos danos causados pela empresa.

Em resposta às questões levantadas, a Braskem divulgou um comunicado informando que mais de 40 mil pessoas foram realocadas das áreas de risco na cidade de Maceió, e que 93% das indenizações a famílias e comerciantes já foram pagas, totalizando mais de R$ 4 bilhões. Além disso, a empresa informou que o plano de fechamento definitivo dos poços em Maceió, aprovado pela Agência Nacional de Mineração, está 70% concluído.

O caso da Braskem continua a ser acompanhado de perto, com a empresa enfrentando desafios financeiros e operacionais significativos, ao mesmo tempo em que lida com as questões legais e regulatórias decorrentes dos danos socioambientais causados por suas operações.

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