Genes neandertais podem estar relacionados à tendência de acordar cedo, mostra estudo da Universidade da Califórnia

Cientistas descobrem relação genética dos neandertais com pessoas matutinas

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, encontraram uma ligação entre genes herdados dos neandertais, extintos há mais de 28 mil anos, e a tendência de algumas pessoas para acordar cedo. Essa descoberta ocorre após os cientistas analisarem o DNA de humanos modernos e neandertais, constatando que diferentes variantes genéticas estavam envolvidas nos relógios biológicos desses dois grupos.

A partir desse resultado, os pesquisadores realizaram um estudo no UK Biobank, que contém informações genéticas, de saúde e de estilo de vida de meio milhão de pessoas. Eles descobriram que muitos indivíduos eram portadores das variantes genéticas associadas à preferência por acordar cedo. Segundo os cientistas, isso sugere que os genes de neandertais têm uma relação com a propensão para a matutinidade.

Ao comentar sobre a descoberta, John Capra, epidemiologista da instituição, explicou que a preferência por acordar cedo não é necessariamente benéfica, mas sim um sinal de que o relógio biológico das pessoas é mais rápido e mais adaptável à variação sazonal dos níveis de luz. Ele destacou que em latitudes mais altas, é benéfico possuir um relógio biológico mais flexível e capaz de se ajustar aos diferentes níveis de luz.

Essa pesquisa traz uma nova perspectiva sobre os impactos da herança genética dos neandertais na fisiologia e nos comportamentos dos seres humanos modernos. Além disso, ela contribui para o entendimento das origens e evolução da relação entre os genes e os padrões de sono das pessoas. Com isso, novas descobertas e avanços científicos poderão ser realizados a partir desse novo ponto de vista.

É importante destacar que estudos como esse evidenciam as inúmeras influências que os antigos grupos humanos, como os neandertais, têm na composição genética e nas características dos seres humanos atuais. Ainda assim, mais pesquisas são necessárias para compreender completamente essas relações e suas implicações para a saúde e o bem-estar das pessoas.

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