Governo estadual e prefeitura adotam políticas distintas para tarifas de transporte público em São Paulo após mais de dez anos de alinhamento

O governo de São Paulo e a prefeitura da capital paulista decidiram adotar políticas diferentes em relação às tarifas de transporte público, após mais de dez anos de alinhamento. Enquanto o valor das viagens de ônibus municipais não sofrerá reajuste em 2024 e o próximo domingo (17) marcará o primeiro dia de gratuidade do serviço, o governo estadual anunciou que as tarifas do transporte por trilhos passarão de R$ 4,40 para R$ 5 a partir de 1º de janeiro de 2024.

De acordo com o governo, o reajuste de R$ 0,60 para as tarifas de transporte por trilhos representa uma revisão de 13,6%, que é menor do que a inflação acumulada desde o último aumento, em janeiro de 2020, totalizando 28,4%.

O ritmo de reajustes das tarifas do transporte público havia reduzido desde os protestos de 2013, quando o reajuste provocou uma onda de manifestações em São Paulo e outras capitais. Desde então, a capital paulista tem buscado evitar reajustes acima da inflação, rompendo com um ciclo que vinha desde 1994, quando a tarifa do transporte coletivo na cidade passou de R$ 0,50 para R$ 3.

A medida de tarifa zero aos domingos, adotada pela capital paulista, também é um reflexo da busca por políticas de mobilidade urbana mais acessíveis. Além disso, municípios como São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo, adotaram há um mês as catracas livres, resultando em um aumento significativo no número diário de passageiros.

No caso da cidade de São Paulo, a gratuidade aos domingos não irá resultar em um aumento de custos, mas será uma compensação pela ociosidade do sistema, que chega a 60% do contratado. A medida vai beneficiar aproximadamente 2,2 milhões de pessoas que utilizam os ônibus municipais nesse dia da semana.

Com essas políticas divergentes entre o governo estadual e a prefeitura, é possível ver um movimento em direção a tarifas mais acessíveis e ações que visam tornar o transporte público mais eficiente na região metropolitana de São Paulo. Este é um tema que continuará sendo acompanhado de perto, já que tem impacto direto na vida de milhões de paulistanos.

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