Hungria bloqueia pacote de ajuda financeira à Ucrânia após decisão da UE iniciar negociações de adesão com Kiev

A Hungria bloqueou um novo pacote de ajuda financeira da União Europeia à Ucrânia após Bruxelas decidir iniciar negociações formais para a adesão com Kiev. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, impediu um acordo sobre a ajuda financeira quando Bruxelas aprovou a decisão histórica de iniciar negociações de adesão com a Ucrânia.

A UE fracassou na aprovação do pacote de ajuda de 50 bilhões de euros para a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia. Em uma entrevista a uma rádio húngara, Orban afirmou que o veto seria retirado apenas em caso de liberação dos fundos da UE destinados a seu país, que foram bloqueados por dúvidas sobre a vigência do Estado de Direito.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que os líderes da UE devem voltar a abordar o tema em janeiro. A quinta-feira foi marcada pela decisão histórica da UE de iniciar negociações formais com a Ucrânia e Moldávia para a adesão. Além disso, a UE concordou em conceder à Geórgia a condição de país aspirante à adesão. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou que a decisão é “uma vitória para a Ucrânia. Uma vitória para toda a Europa”.

O processo de adesão à UE normalmente demora vários anos, período de longas negociações e implementação de reformas, e em alguns casos pode durar mais de uma década. Fontes diplomáticas afirmaram à AFP que Orban aceitou se ausentar temporariamente da sala de reuniões no momento em que os 26 países restantes do bloco aprovaram a moção sobre as negociações com a Ucrânia. Zelensky conversou com seus colegas europeus por videoconferência e, em seu pronunciamento, os advertiu que rejeitar o diálogo representaria um fracasso para a Ucrânia que a Rússia utilizaria em seu favor.

A presidente da Moldávia, Maia Sandu, afirmou que seu país “virou hoje uma página com o sinal verde da UE para as conversas de adesão”. O chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, se manifestou pelas redes sociais indicando que a decisão constitui “um forte sinal de apoio” à Ucrânia. Para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, trata-se de “um dia que permanecerá gravado na história de nossa União”. Já o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que foi uma resposta “lógica, justa e necessária”. Por sua vez, o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, assinalou que é “uma poderosa mensagem geoestratégica também para o resto do mundo, não somente para a Rússia”. Este anúncio ocorreu no momento em que se acumulavam dúvidas sobre a continuidade do apoio dos países ocidentais à Ucrânia em sua guerra contra a invasão russa.

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