A atitude do presidente da Câmara acontece dois dias após a instalação, contra a sua vontade, da CPI da Braskem. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), seu adversário político, articulou a criação da CPI, que teve a interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para evitar a comissão e acalmar a crise. Esta reunião aconteceu na última terça-feira e resultou em uma trégua política entre os envolvidos.
O risco de colapso da mina 18 da Braskem no bairro Mutange resultou na evacuação de 19 mil residências e cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas, transformando vizinhanças inteiras em “cidades fantasmas”. A situação é tão grave que a terra continua afundando no local, e há a possibilidade de abertura de uma cratera. A região também se mantém sob alerta e completamente isolada, conforme explicam especialistas, que alertam ainda para possíveis danos ambientais “imensuráveis”.
Diante da falta de posicionamento do presidente da Câmara sobre a criação da CPI, Arthur Lira ressaltou sua confiança de que a comissão fará um trabalho técnico de apuração de responsabilidades, sem se transformar em um palanque político. O temor pela queda do turismo e as possíveis consequências para a capital de Alagoas são muito fortes, sobretudo pela necessidade das pessoas locais de receberem reparos por parte da Braskem.
Com a criação da CPI e os desdobramentos públicos provocados por ela, a situação em Maceió ganhou destaque nacional e promete continuar movimentando os bastidores políticos. O confronto entre Arthur Lira e Renan Calheiros apenas agrega mais tensões a um cenário que já se mostra extremamente crítico. A instabilidade econômica e social, por sua vez, reflete-se no turismo, e encerrar essa realidade é um desafio que claramente envolve muitos interesses e disputas políticas.