Além disso, as nações concordaram em se abster de intensificar qualquer conflito ou desacordo, seja por palavras ou ações, e estabeleceram que qualquer incidente entre elas será imediatamente levado à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), à Comunidade Caribenha (Caricom) e ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para que seja contido, revertido e prevenido de recorrência.
A mediação desse diálogo foi realizada pela Celac, a Caricom e autoridades de vários países, incluindo o Brasil, que foi representado pelo assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim. A declaração divulgada também prevê que qualquer controvérsia entre os dois países será resolvida através de leis internacionais, incluindo o Acordo de Genebra, assinado em fevereiro de 1966.
A próxima reunião entre os dois países foi marcada para ser realizada no Brasil, no prazo de três meses. Nicolás Maduro enfatizou a importância do diálogo, afirmando que foi “um diálogo de verdades e de respeito, como deve ser aqui na América Latina e Caribe”.
Em seu perfil nas redes sociais, Irfaan Ali agradeceu sua equipe e diplomatas internacionais pelo diálogo, e também expressou gratidão aos líderes do Caricom, Celac, Brasil, representantes do Secretariado Geral das Nações Unidas e ao primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas por receberem as negociações.
A Venezuela realizou uma consulta popular no início do mês, aprovando a incorporação de Essequibo, região disputada entre os dois países há mais de um século e que perfaz quase 75% do território da Guiana. Este movimento aumentou as tensões entre os países, levando o governo brasileiro a reforçar as tropas militares em Roraima, que faz fronteira com os dois países, e defender a resolução da controvérsia entre as duas nações por meio de um diálogo mediado.