Peregrinos desaparecem de Belém, cidade natal de Cristo, devido ao aumento da violência entre Exército israelense e o Hamas

Belém, cidade da Cisjordânia ocupada, normalmente estaria cheia de turistas, especialmente na véspera dos festejos natalinos. Entretanto, este ano, os turistas e peregrinos desapareceram da cidade natal de Jesus Cristo. De acordo com Abood Suboh, proprietário de uma loja em Belém, a situação é reflexo da guerra entre o Exército israelense e o movimento terrorista Hamas na Faixa de Gaza, que parou tudo na região.

O comerciante de 30 anos avalia que a violência e os bombardeios israelenses geraram um clima de luto na cidade, que, de acordo com a tradição cristã, é considerada o local de nascimento de Jesus. O impacto desses eventos se reflete na diminuição drástica do fluxo de turistas, com hotéis vazios e lojas sem clientes.

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A Igreja da Natividade, que normalmente atrai centenas de milhares de turistas todos os anos, também sofre com a ausência de visitantes. As autoridades religiosas decidiram não realizar celebrações festivas em solidariedade aos palestinos que sofrem em Gaza. Além da crise causada pelos conflitos, a retórica assustadora dos líderes israelenses contribui para que os peregrinos evitem visitar a região.

A violência não se limita à Faixa de Gaza, com relatos de quase 300 palestinos mortos nas regiões da Cisjordânia, vitimados pelas forças israelenses ou por colonos, desde outubro. O impacto econômico desses eventos também é sentido pelos comerciantes locais, como Jack Giacaman, que afirma que cerca de 80% da renda anual de sua loja é obtida neste período.

Os postos de controle israelenses restringem o movimento na região, tornando Belém “como em uma prisão”, nas palavras de Giacaman. A situação econômica já era crítica devido aos impactos da pandemia da Covid-19, e a falta de turistas nesta época festiva agrava ainda mais a situação.

Em meio a esse cenário desolador, o chef franco-palestino Fadi Kattan, enfatiza que as restrições impostas por operadores de turismo israelenses acabam dificultando ainda mais a presença de peregrinos. Com as ruas vazias e a ausência de turistas, Belém, cidade em que cristãos e muçulmanos costumavam conviver, enfrenta uma das festas mais importantes do calendário cristão em meio a um clima de tristeza e incerteza.

Assim, a retórica dos líderes israelenses, a violência nos territórios ocupados e a ausência de turistas geram um impacto negativo que atinge diretamente a economia local, amplificando a crise enfrentada pela população de Belém. O clima natalino na cidade natal de Cristo, muitas vezes descrito como festivo e acolhedor, é eclipsado por uma atmosfera de luto e desesperança.

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