Insatisfação com o Novo Ensino Médio: Estudantes, professores e gestores criticam mudanças promovidas pelo novo modelo

A pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) trouxe resultados pouco animadores sobre a implementação do Novo Ensino Médio, que tem sido alvo de insatisfação por parte da maioria dos estudantes, professores e gestores de escolas.

Segundo a pesquisa, 56% dos estudantes, 76% dos docentes e 66% dos gestores que atuaram em escolas públicas estaduais que implementaram o Novo Ensino Médio na 1ª série no ano de 2022 estão insatisfeitos com as mudanças. Além disso, os próprios alunos reclamam que o que é ofertado pelas redes de ensino não tem correspondido ao que é demandado.

O novo modelo, aprovado em 2017 e iniciado em 2022, trouxe consigo uma série de polêmicas. Após uma consulta pública, o modelo está sendo novamente discutido no Congresso Nacional e poderá ser votado pela Câmara dos Deputados esta semana.

Pelo Novo Ensino Médio, parte das aulas passa a ser comum a todos os estudantes do país, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), enquanto a outra parte é determinada pelos próprios alunos, que podem escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado, com opções que incluem áreas como linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico.

A pesquisa também mostrou que 86% dos estudantes elegeram a Formação Técnica e Profissional como uma das áreas de seu interesse, mas apenas 27% dos gestores informaram ofertar disciplinas ou cursos deste tipo em suas escolas. Além disso, os gestores apontaram a formação continuada para docentes e gestores como o maior desafio para a implementação do Novo Ensino Médio, seguido pela adequação da infraestrutura.

Por outro lado, a coordenadora do setor de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, destacou a importância de levar em consideração o descompasso entre o que está sendo possível ofertar e o que está sendo demandado para que sejam criadas condições para melhor atender tanto estudantes quanto os professores e gestores.

Rebeca Otero ressaltou que a pesquisa foi realizada para subsidiar as tomadas de decisão do Ministério da Educação (MEC) e dos estados, e defendeu a importância de avaliar e melhorar constantemente o modelo implementado.

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