Além dos policiais acusados de cometer os homicídios, outro agente responde por colocar pessoas da festa em risco. O crime é imputado ao policial por ter soltado explosivos durante a operação, aumentando o tumulto no local.
Essa será a segunda audiência de instrução que acontecerá no Fórum Criminal da Barra Funda. Estão previstos os depoimentos de 25 testemunhas de acusação e cinco de defesa. No total, 52 testemunhas foram arroladas no processo, e depois da etapa de instrução vem a fase de interrogatórios.
Os jovens assassinados tinham entre 14 e 23 anos de idade e o processo foi aberto após o Ministério Público de São Paulo apresentar denúncia contra os policiais militares. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo, assim como os familiares das vítimas, alegam que houve excessos e abuso de autoridade por parte dos agentes das forças de segurança.
A Defensoria Pública detalhou o caso em um relatório de 187 páginas, citando imagens captadas por câmeras e conversas que revelam o modo como os policiais agiram na ocasião. O relatório afirma que os jovens foram encurralados pelos policiais e morreram por asfixia, não por terem sido pisoteados, como alegam as autoridades.
Já a defesa dos policiais militares nega que houve erros em sua conduta e alega que chegaram ao local para dispersar um tumulto e garantir a segurança de todos. O argumento é de que houve uma reação dos agentes diante da fuga de dois criminosos para o baile funk, culminando na morte dos jovens.
Nas redes sociais, as famílias das vítimas têm divulgado o caso utilizando hashtags como #nãofoisocorro, #nãofoiresistência e #nãofoipisoteamento, alegando que o episódio é mais um exemplo da letalidade policial contra negros e pobres.
O então governador de São Paulo, João Doria, reafirmou na época do episódio que o modelo de atuação das polícias não seria mudado, gerando polêmica e indignação por parte de ativistas e movimentos sociais.