Vaticano autoriza bênção a casais do mesmo sexo em documento histórico, revela detalhes e pontos principais da decisão.

“Vaticano autoriza pela primeira vez na História bênção a casais do mesmo sexo e a casais ‘em situações irregulares’ para a Igreja Católica”

O Vaticano emitiu um documento oficial nesta segunda-feira autorizando a bênção a casais do mesmo sexo e a casais “em situações irregulares” para a Igreja Católica, marcando a primeira vez na História que essa prática é permitida. Embora não altere a doutrina católica, o documento amplia o entendimento sobre o que é uma bênção e em que momentos, e a que pessoas, ela pode ser concedida.

A autorização concedida pela Santa Sé permite que a bênção seja feita por um ministro ordenado, como diáconos, presbíteros, bispos, entre outros. No entanto, é importante destacar que a decisão não autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, já que essa prática não se confunde com nenhum sacramento da Igreja Católica, como o matrimônio.

Segundo o documento emitido pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovado pelo Papa Francisco, as bênçãos não podem se confundir com nenhum outro ato religioso ou civil. “Essa bênção nunca ocorrerá ao mesmo tempo que os ritos civis de união, nem em conexão com eles. Nem mesmo com as vestes, gestos, ou palavras próprias de um matrimônio”, destaca o texto.

A partir de agora, padres e outros ministros da Igreja Católica estão autorizados a avaliar o pedido de bênção dentro de cada contexto específico, o que representa uma mudança significativa, já que anteriormente a resposta a esse pedido geralmente era não. Além disso, a decisão do Vaticano é vista como um avanço, tendo em vista que em alguns países, como Bélgica e Alemanha, já existiam relatos de religiosos abençoando casais do mesmo sexo.

A nova resolução do Vaticano, decorrente após tensões internas e manifestações da ala conservadora da igreja, foi divulgada seis semanas após a conclusão do Sínodo sobre o Futuro da Igreja Católica, onde bispos, mulheres, e laicos discutiram questões sociais, incluindo a aceitação de pessoas LGBTQIA+ e os divorciados que se casaram novamente.

Essa decisão representa um passo importante para a Igreja Católica em direção à inclusão e aceitação de um número maior de fiéis, especialmente daqueles que anteriormente se sentiam excluídos devido a restrições religiosas. Embora seja um documento marcante, o texto reafirma que a autorização para a bênção não se confunde com qualquer sacramento da igreja, como o casamento, deixando clara a distinção entre a prática das bênçãos e os demais ritos religiosos.

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