Audiência do Massacre de Paraisópolis é marcada para maio de 2024: Policiais acusados podem ir a júri popular por morte de nove jovens

O julgamento do episódio conhecido como Massacre de Paraisópolis continua a movimentar a opinião pública e o sistema judiciário. A próxima audiência de instrução, que definirá se os 12 policiais militares acusados de matar nove jovens durante uma operação no Baile da DZ7 em 2019 irão a júri popular, está marcada para o dia 13 de maio de 2024. Além dos policiais, outro agente da Polícia Militar também é responsabilizado por colocar as pessoas presentes no baile em risco, devido ao uso de explosivos durante a operação.

Na última segunda-feira, 18 de dezembro de 2023, aconteceu a segunda audiência de instrução do caso, onde o juiz Ricardo Augusto Ramos ouviu o depoimento de testemunhas e profissionais do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf) da Universidade Federal de São Paulo, que foram convidados pela Defensoria Pública para produzirem pareceres sobre a causa de morte das vítimas. A biomédica Ana Paula de Souza Velloso, do Caaf, afirmou em seu depoimento que as nove vítimas morreram por asfixia mecânica, contradizendo a tese de pisoteamento defendida pelas famílias dos jovens.

O Massacre de Paraisópolis ocorreu na noite de 1º de dezembro de 2019 e, se confirmada a conduta dos agentes de segurança pública, configuraria mais um caso de violência policial extrema. As vítimas tinham entre 14 e 23 anos de idade e as acusações contra os policiais foram apresentadas pelo Ministério Público de São Paulo. O entendimento dos parentes das vítimas e da Defensoria Pública é que ficaram provados excessos e abuso de autoridade por parte dos agentes do Estado, de acordo com um relatório de 187 páginas elaborado pela defensoria.

A próxima audiência, que está marcada para maio de 2024, promete ser um momento decisivo para o desfecho desse caso que marcou a comunidade e que continua a levantar debates sobre a conduta policial e a violação dos direitos humanos. A expectativa é que a justiça seja feita e que a conclusão do julgamento traga um sentido de justiça e paz para as famílias das vítimas e para a população de Paraisópolis. A sociedade e a opinião pública estarão atentas a esse desfecho e ao desenrolar desse caso que tem gerado grande comoção e mobilização.

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