A falta de exposição à luz natural, especialmente no ambiente de trabalho, tem sido associada a uma série de impactos negativos na saúde e no bem-estar das pessoas. María José Martínez Madrid, coordenadora do grupo de trabalho de Cronobiologia da Sociedade Espanhola do Sono (SES), destaca que a luz azul, especialmente durante a noite, inibe a secreção de melatonina, o hormônio do sono, afetando negativamente o ciclo circadiano e prejudicando a qualidade do sono.
Estudos destacam a ligação entre a exposição à luz natural no ambiente de trabalho e diversos aspectos da saúde física e mental. Pesquisas mostram que funcionários que trabalham em escritórios sem janelas têm menor exposição à luz durante a semana, menor duração do sono e tendência a mais atividade física. Além disso, a falta de exposição à luz natural no trabalho foi associada a níveis elevados de cortisol e níveis mais baixos de melatonina durante a noite, contribuindo para sintomas depressivos e pior qualidade de vida.
Diante desses evidentes impactos negativos, os especialistas consultados destacam a necessidade de repensar a iluminação nos locais de trabalho. Sugestões incluem aumentar a intensidade da luz nos escritórios para cerca de 500 a mil lux, utilizar luzes dinâmicas que simulem a luz natural, e até mesmo recorrer a lâmpadas de terapia de luz. A recomendação geral é buscar alternativas para compensar a falta de exposição à luz natural, como fazer pausas ao ar livre ou utilizar lâmpadas de terapia de luz durante o período da manhã.
Diante das evidências e recomendações dos especialistas, fica claro que a exposição à luz natural no ambiente de trabalho não é apenas uma questão de conforto, mas uma necessidade fundamental para a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. A má iluminação nos locais de trabalho é um fator de risco para a saúde ocupacional, que deve ser levado em consideração para promover ambientes mais saudáveis e produtivos.